Focados na medalha, Calebe e Ana França buscam o ouro no Pan

Calebe Ferreira e Ana Luiza França conversaram com o OTD de forma exclusiva e revelaram suas pretensões no Pan-Americano que acontecerá em Monterrey, de 8 e 11 de maio
Calebe Ferreira Wrestling Pan-Americano
Calebe Ferreira deseja uma medalha de ouro no Pan-Americano de Wrestling (Foto: CBW/Divulgação)

O Campeonato Pan-Americano Sênior de Wrestling começa nesta quinta-feira (8) em Monterrey, no México, e o Brasil participa com 20 atletas. As lutas estão programadas até 11 de maio e a competição vale vaga no Mundial da modalidade, que acontecerá de 13 a 21 de setembro, em Zagreb, na Croácia. Ciente da importância do evento, o Olimpíada Todo Dia (OTD) entrevistou de forma exclusiva dois competidores brasileiros que estarão em ação representando o país. Medalhistas em edições anteriores, Calebe Ferreira e Ana Luiza França estão focados em mais um pódio em 2025 e desejam o ouro em solo mexicano.

Foco na medalha e sonho com ouro

“As expectativas são as melhores possíveis. Sou atleta e, por si só, muitas vezes, o atleta é competitivo e eu sempre penso no ouro, não tem como. O atleta precisa ter esse desejo por vencer. Eu preciso confiar no meu trabalho, saber o que faço bem, quais são os meus pontos fracos e trabalhar para ser campeão com aquilo que tenho, com aquilo que carrego. O ouro é o que vai me deixar extremamente feliz, mas confesso que quero, pelo menos, chegar na final. Não estou subindo de categoria para testar. Eu quero realmente chegar para estar entre os melhores na 77kg”, afirmou Calebe Ferreira ao OTD.

Ana Luiza França está com o mesmo foco do companheiros de seleção brasileira. “Estou muito confiante e acredito que vou conseguir atingir um bom resultado. Estou me sentindo bem e fiz uma preparação boa também para essa competição. A gente vai em busca do ouro. Eu quero isso e acredito muito nisso mesmo, de verdade. Mas a classificação para o Mundial vem através de uma medalha. Então, acredito que, se não consegui o que almejava, trazer uma medalha vai ser aquele muito bom. Mesmo acreditando e querendo o primeiro lugar, trazer medalha vai ser o suficiente para continuar motivada”, garantiu a atleta ao OTD.

Calebe Ferreira analisa rivais

Calebe Ferreira, atleta do clube Ades Equilibrium, de Santos (SP), está habituado a alcançar vaga em pódios em competições importantes. E ele brigará forte por mais uma medalha. Ele soma 16 títulos de campeão brasileiro e já foi medalhista Pan-Americano por cinco vezes, sendo duas no adulto, uma prata em 2024 e um bronze na edição de 2021, e outras três nas categorias de base. O atleta natural de São Vicente (SP) também foi campeão na categoria cadete, em 2014, e medalhou na Júnior em 2015 e 2016 também. No total, o lutador possui um ouro, três bronzes e uma prata. Agora, o desafio é competir numa categoria mais pesada do greco-romano, a de 77 kg, na qual pretende completar o ciclo olímpico e garantir vaga para Los Angeles-2028.

“Na 77kg é o famoso guerra contra todos. É uma categoria bastante forte, principalmente no Pan-Americano. Na Europa também é bem forte. Aqui a gente estuda e tem alguns lutadores com mais nome. Tem o americano, que é o Kamal Bey, que foi campeão mundial júnior. Outro que também tem bom currículo é um armênio (Arsen Julfalakyan), atleta olímpico e campeão mundial, e que está lutando pela Argentina. Ele tinha se aposentado, mas voltou. É uma categoria onde você tem muitos nomes bons. A gente estudou e sabe o estilo de cada um, o jogo de cada um. Mas esses eu colocaria como os principais nomes nessa faixa dos 77kg”, analisou Calebe ao OTD.

Ana Luiz França avalia adversárias

Medalha de bronze na edição passada na categoria 59kg, a brasiliense Ana Luiza França competirá agora na categoria 57kg nesta edição, que é olímpica. Lutadora do Tijuca Tênis Clube, do Rio de Janeiro, ela separou as últimas semanas para treinar em São José dos Campos (SP), com o treinador da seleção brasileira (Ronisson Santiago) e com outros atletas que também estarão participando desse campeonato Pan-Americano. Por esse motivo, ela acredita que terá um bom resultado por causa dessa preparação diferente em comparação com outros anos.

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“É o primeiro ano que estou lutando o Pan-Americano na 57kg, então claro que dei uma estudada. É uma categoria olímpica e é sempre bom ficar de olho. Tem muita menina nova, mas têm algumas que a gente achou que ia parar e acabou continuando. Acredito que tem a canadense (Mia Friesen), que é atleta que acompanho há um tempo e é muito boa. Todas ali são boas, mas tem uma equatoriana (Luisa Valverde), que já participou da Olimpíada. E também falando de meninas duras, tem uma cubana (Yaynelis Verdecia) que acompanho há bastante tempo e nunca lutei com uma cubana. Não sei se vai acontecer, mas isso dá um gás a mais o gás caso ocorra porque a gente sabe que Cuba é muito boa no wrestling”, apontou Ana Luiza França ao OTD.

Expectativa da CBW

Ana Luiza França e Calebe Ferreira terão mais 18 companheiros na disputa deste Pan-Americano e todos eles serão acompanhados pelos treinadores Ronisson Santiago e Brenda dos Santos. A delegação brasileira conta também com as presenças dos árbitros Nisdany Emílio Perez Concepcion e Karoline de Santana e de Flávio Cabral, chefe da equipe e presidente da Confederação Brasileira de Wrestling (CBW). Em entrevista ao OTD, o mandatário da entidade máxima da modalidade no Brasil destaca a mistura entre atletas jovens e experientes no grupo e acredita em boas chances de pódio para o Brasil no Pan-Americano.

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“A gente está indo com uma equipe forte. O pessoal se preparou bem e acredito que a gente vai ter um ótimo resultado nesse campeonato, que é o primeiro da categoria principal, com os atletas que vão pra Jogos Pan-Americano, Sul-Americanos e Jogos Olímpicos. Portanto, ele vai ser o norteador de como vai funcionar nosso ciclo daqui para frente. E nessa mesma competição, a gente vai classificar atletas para o Mundial. A gente espera manter ou aumentar o que a gente tem conseguido. Todos os anos a gente consegue classificar cinco ou seis atletas ao Mundial. Esse ano eu acredito que a gente consiga também. Estados Unidos, Cuba e o Canadá vão com a equipe principal e todos os atletas Olímpicos vão estar presentes”, analisou o presidente.

Atletas que representarão o Brasil no Pan-Americano de Wrestling

Estilo Livre Masculino

  • 57kg – Davi Giovanneti (SP) – 22 anos – Sesi (SP)
  • 65kg – Matheus Barreto (RJ) – 22 anos – Tijuca Tênis Clube (RJ)
  • 70kg – Edvanilson de Jesus (SP) – 24 anos – Esporte 10 (SP)
  • 74kg – Paulo André Gonçalves (MS) – 21 anos – Firebikers (MS)
  • 86kg – Giovanni Piazza (SP) – 24 anos – Associação Centro Olímpico (SP)
  • 97kg – Ailton Rocha (SP) – 24 anos – Associação Centro Olímpico (SP)
  • 125kg – Gabriel Silva (SP) – 22 anos – Esporte 10 (SP)

Greco-Romano

  • 60kg – Pedro Henrique Rodrigues (PB) – 19 anos – Campestre (PB)
  • 67kg – João Vitor Silva (SP) – 20 anos – AdesEquilibrium (SP)
  • 77kg – Calebe Ferreira (SP) – 27 anos– AdesEquilibrium (SP)
  • 87kg – SosrukoKodzokov (SP) – 31 anos – Esporte 10 (SP)
  • 130kg – Eduard Soghomonyan (SP) – 37 anos – Esporte 10 (SP)

Estilo Livre Feminino

  • 50kg – Kamila da Silva (SP) – 35 anos – Esporte 10 (SP)
  • 53kg – Sabrina Tapajós (SP) – 26 anos – Esporte 10 (SP)
  • 55kg – Geisa Veloso (RJ) – 33 anos – Tijuca Tênis Clube (RJ)
  • 57kg – Ana Luiza França (RJ) – 25 anos – Tijuca Tênis Clube (RJ)
  • 62kg – Juliana Neper Santos (SP) – 21 anos – AdesEquilibrium (SP)
  • 65kg – Letícia Piazza (SP) – 22 anos – Associação Centro Olímpico (SP)
  • 68kg – Grabriela da Rocha (SP) – 25 anos – Esporte 10 (SP)
  • 76kg – Thamires Machado (RJ) – 24 anos – Tijuca Tênis Clube (RJ)

Rafael Zito

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