Gerdau Minas e Osasco São Cristóvão Saúde decidem nesta sexta-feira (25) o rival do Sesi Bauru na final da Superliga 2024/25. Esse jogo pode ser a despedida para uma jogadora estrangeira que debutou com a camisa do clube minastenista nesta temporada. A holandesa Celeste Plak foi contratada pelo time mineiro, mas o desempenho em quadra não foi o esperado devido aos problemas físicos enfrentados por ela durante o ano. A atleta, de 29 anos, ficou ausente em algumas partidas por causa de lesões. Apesar disso, ela conquistou os títulos da Supercopa do Brasil e do Campeonato Mineiro de 2024.
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No decorrer da temporada, Plak conversou com o Olimpíada Todo Dia (OTD) de forma exclusiva e foi questionada sobre diversos assuntos. Um deles foi com relação à experiência no vôlei brasileiro. “Estou amando por vários motivos. Eu gosto muito do estilo do vôlei. É um vôlei muito completo, tem ataque, saque, defesa, é muito bom. E, claramente, tem muitas emoções aqui. Os fãs são loucos, estou amando. Cada jogo, o ginásio está cheio, com pessoas torcendo para a gente ou para o adversário. Então, tem sido muito bom”, afirmou a holandesa.
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Elogios ao Minas
Jogando pelo Minas, Plak conquistou o prêmio de melhor atleta em quadra em jogos pela atual edição da Superliga duas vezes. Ela ganhou os dois troféus VivaVôlei em vitórias do clube minastenista atuando em Belo Horizonte, na Arena UniBH. O primeiro deles aconteceu na estreia do principal campeonato nacional, em triunfo diante do Abel Moda, de Brusque, por 3 sets a 0. Já o segundo ela levou para casa no resultado positivo, por 3 a 1, contra o Flor de Ypê Paulistano Barueri no primeiro duelo da fase de quartas de final. Na ocasião, ela entrou na terceira parcial e foi decisiva com oito pontos, sendo dois em aces.
No papo com o OTD, Plak comentou sobre o Minas. “Estou gostando porque Minas tem uma estrutura muito boa. Temos vários ginásios e a academia é incrível. O departamento médico também é muito bom e precisamos dos médicos porque jogamos muitos jogos. Graças a isso, a cabeça fica tranquila porque não temos estresse sobre coisas que acontecem fora da quadra. Nosso técnico, o Nicola Negro, eu gosto muito. Ele tem experiência e gosto do modo como ele joga. Eu precisava de tempo para me adaptar porque é uma bola rápida, mas estou gostando”, disse a ponteira.
“Com as meninas, tudo bem também. Acho que temos jogadoras muito boas e com bom coração. Assim fica bom de trabalhar porque estamos juntas todos os dias, duas vezes no dia. Então, temos um equilíbrio no time e isso é muito bom”, completou Plak. Essa foi a primeira temporada da atleta holandesa no vôlei brasileiro. Além da Holanda, seu país, a jogadora já atuou na Itália, Turquia e Japão. Na Superliga, a ponteira soma 64 pontos em ações de ataque, 11 em bloqueios e mais oito em aces. Desta forma, no momento ela está com 83 pontos no total.
A vida em Belo Horizonte e o fascínio por roupas
Além de treinos e jogos pelo Minas, Plak pode conhecer e aproveitar o dia a dia da capital de Minas Gerais. No dias de folga, a holandesa desbravou Belo Horizonte e contou ao OTD o que mais gosta de fazer no tempo livre. “Eu gosto de ir ao Mercado Novo. E tem também bares e lojas pequenas com coisas artesanais. Eu gosto disso e também de caminhar porque Belo Horizonte é muito linda. É uma cidade com muitos shoppings e preciso estar atenta para não gastar muito dinheiro, pois gosto muito das roupas daqui. É bem diferente do que é na Holanda. Aqui sempre tem coisa para fazer”, relatou a atleta.
Plak passou por vivências na Europa e no Japão durante a carreira no vôlei. Mesmo conhecendo outros países, no Brasil ela encontrou situações novas: deslocamentos longos e temperaturas distintas ao extremo. “No Brasil, em quase todos os jogos, precisamos viajar com um avião. Só contra o Mackenzie, que é de BH, que não foi necessário. Na Europa, tudo dá para faz de ônibus. Aqui tem também a questão das diferenças de temperatura. No começo da temporada, jogamos a Supercopa em Manaus e lá estava muito quente. A gente nem precisou aquecer porque já entramos no ginásio suando”, relembrou.
“Jogamos também no Sul e foi muito frio lá. Então, aqui temos que lidar com muitas extremidades. É uma loucura para o mental e precisamos nos hidratar muito”, acrescentou Plak. Antes da Superliga, o Minas disputou a Copa Nacional de Clubes, torneio amistoso contra Sesc RJ Flamengo e Unilife Maringá. Na época, o evento aconteceu em dois municípios do Rio Grande do Sul: Ijuí e Santo Ângelo. No triangular, o clube minastenista perdeu para o time Rubro-Negro, por 3 a 0, em Ijuí e para a equipe paranaense, por 3 a 2, em Santo Ângelo.
Experiências olímpicas
Plak recebeu sua primeira convocação para a seleção da Holanda em 2013, quando tinha 18 anos. Ela se tornou a primeira mulher negra a defender o país no vôlei. A atleta é filha de Kenneth Plak, nascido no Suriname e campeão mundial de kickboxing. A mãe dela se chama Karin e é holandesa, assim como seu irmão, Fabian Plak, que também é jogador de vôlei e atua na posição de central pelo selecionado holandês. Representando sua nação, a jogadora ganhou três medalhas em Campeonatos Europeus. Ela possui duas pratas (2015 e 2017) e um bronze (2023). Além disso, participou de dois Jogos Olímpicos.
“O Rio-2016 foi meu primeiro. Gostei muito da Vila Olímpica. Era tudo muito lindo porque tinha árvores, tinha água. Foi muito lindo. E foi também a primeira Olimpíada para nossa seleção após 20 anos. Então, para todo mundo foi uma experiência nova. Fomos quartos colocado, uma posição muito boa para a Holanda. Ainda mais porque somos um país pequeno, só com 17 milhões de pessoas. Portanto, foi muito bom”, destacou Plak. que voltou a jogar uma Olimpíada na edição de Paris-2024.
“Em Paris, a gente tinha um time muito novo. Em comparação com o Rio-2016, Paris-2024 foi um time diferente. Essa foi minha segunda vez e acho que consegui aproveitar mais. Olimpíada é algo incrível. É um lugar que tem de tudo, como vôlei, a Vila, muitos atletas, mídia, tem tudo. Então, foi impressionante. Nessa segunda vez, eu já vivi mais calma e pude focar mais no vôlei. Então, foi bem diferente”, completou a ponteira holandesa, que também executa a função de oposto e iniciou a carreira como central.
Momento mais marcante pela seleção
As medalhas em Europeus pela Holanda estão entre os momentos mais marcantes de Plak no vôlei. “Em 2015 a final foi contra a Rússia. Essa medalha foi muito especial porque foi a primeira com a seleção. Depois disso, a gente elevou muito nosso nível e começamos a ganhar as coisas, passando a ser um time respeitado. As pessoas passaram a ter respeito com gente. Foi especial também porque o grupo era incrível. Ainda hoje, a cada ano, a gente se reúne por três dias para fazer acampamento com tendas, fogo, marshmallows. Foi um grupo incrível”, afirmou a jogadora.
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“Agora, em 2023, o bronze foi uma medalha também muito boa, pois era um time jovem. Nós surpreendemos a Itália na última partida e vencemos por 3 a 0. Foi um jogo muito bom para o nosso lado. Gostei muito”, finalizou Plak. Neste Europeu de 2023, a Holanda venceu a Suíça nas oitavas de final e a Bulgária nas quartas. O revés na semifinal aconteceu diante da Sérvia, que perdeu na decisão do título para a Turquia.