Robert Scheidt entra na reta final de treinos para a SSL Finals

Robert Scheidt entra na reta final de preparação para a SSL Finals, entre 4 a 9 de dezembro, em Nassau, nas Bahamas. Apesar de ter anunciado o encerramento do ciclo visando os Jogos de Tóquio, em 2020, o bicampeão olímpico está longe de pensar em aposentadoria.

A aposentadoria está tão distante para Robert que, ao lado do proeiro Henry Boenning, o Maguila, venceu a Taça Royal Thames 2017, entre 11 e 12 de novembro, no Iate Clube do Rio de Janeiro. A competição fez parte do treinamento para a disputa da quinta edição da final da Star Sailors League, na qual o brasileiro vai em busca do segundo título, após ter sido campeão logo no ano de estreia.

“Conseguimos treinar bem no Rio de Janeiro em outubro e agora em novembro competimos na Taça Royal Thames e ganhamos. A margem para o segundo colocado foi pequena, mas chegamos em primeiro. Foi um bom treinamento para a SSL Finals. Claro que sempre dá para se preparar mais e melhor, mas fizemos o possível dadas as condições da nossa parceria, comigo morando na Itália e o Henry no Rio”, explica o bicampeão olímpico de 44 anos, que tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.

Na competição da classe Star disputada no capital carioca, Scheidt demonstrou uma das características que fizeram dele um dos maiores velejadores da história: a regularidade. Em três regatas no Iate Clube do Rio de Janeiro, o bicampeão olímpico e seu proeiro subiram ao pódio em todas, com um segundo lugar na abertura, uma vitória na segunda prova e um terceiro lugar para fechar a disputa e garantir o título com um ponto de vantagem para a dupla Marcelo Bellotti/Mauricio Bueno. A diferença veio justamente na última corrida, quando Robert cruzou na terceira posição e os adversários em quarto.

Scheidt segue para as Bahamas no final de semana para um período de aclimatação antes da estreia. As primeiras regatas estão programadas para o dia 5 de dezembro. “Vamos ter quatro dias de treino em Nassau para preparar o barco e acho que temos muitas chances de velejar bem e brigar pelo pódio. Espero um nível de competição mais elevado do que no ano passado. Teremos grandes velejadores, tanto mais tarimbados como jovens, alguns vindos de outras classes, inclusive. A cada ano fica mais difícil, mas temos bastante experiência e todas as condições de fazer uma boa apresentação”, completa o maior medalhista olímpico brasileiro, com cinco pódios.

Retornar à classe que lhe rendeu duas medalhas olímpicas e três títulos mundiais é sempre uma alegria para Robert. Ao lado de Henry Boenning, Scheidt conquistou a medalha de bronze da SSL Finals no ano passado. Do total de quatro edições disputadas até agora, o bicampeão olímpico competiu em três. Além do título em 2013, conquistado ao lado de Bruno Prada, e do bronze no ano passado com Maguila, Robert foi quinto colocado em 2014, também com Prada.

O prêmio geral em Nassau é de US 200 mil, mas a motivação do iatista brasileiro vai além dos ganhos financeiros. “O SSL Finals é uma competição de alto nível e que cresce a cada ano, reunindo alguns dos melhores do mundo. É sempre muito bom participar. Vamos ver como vou me sair na star, depois de passar esta temporada inteira me dedicando a 49er”, afirma.

Despedida olímpica – Scheidt tomou a decisão de deixar a 49er e o ciclo olímpico para Tóquio por motivos profissionais e pessoais. “Não é fácil começar do zero, aos 43 anos, em uma categoria que exige muito do físico. Sofri com algumas lesões nessa temporada e o período de recuperação não é mais o mesmo. Eu precisaria de muito mais tempo de treino para chegar competitivo em 2020 e, nessa altura da vida, não quero abrir mão da família. Tenho dois filhos pequenos, minhas maiores medalhas, e estar com eles e com minha mulher é muito importante”, esclareceu o iatista de 44 anos, sobre sobre Erik, de oito anos, e Lukas, de quatro, fruto do casamento com a lituana e também velejadora Gintare.

Robert Scheidt tem duas medalhas de ouro olímpicas (Atlanta/96 e Atenas/2004)e uma prata (Sidney/2000) na classe Laser, mais uma prata e um bronze na Star (Pequim/2008 e Londres/2012). Ao todo, são 11 títulos mundiais na Laser e três na Star. Na Rio/2106, terminou na quarta colocação. Scheidt tem patrocínio do Banco do Brasil e Rolex e apoio do COB e CBVela.

Maior atleta olímpico brasileiro

Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)

177 títulos – 86 internacionais e 91 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos em 2016. Em novembro de 2017, pela Star, conquistou a Taça Royal Thames.

Laser
– Onze títulos mundiais – 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
– Três medalhas olímpicas – ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
– Três títulos mundiais – 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
– Duas medalhas olímpicas – prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Colaboração OTD

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