Em um ano, Ana Marcela Cunha poderá coroar vitoriosa carreira

Mais madura e experiente, nadadora baiana lutará em Tóquio para obter a única medalha que lhe falta na carreira: a olímpica

Em exatos 365 dias, as águas da capital japonesa podem realizar o sonho da maior vencedora da história da maratona aquática. A baiana Ana Marcela Cunha chegará aos Jogos Olímpicos de Tóquio pronta para conquistar a única medalha que ainda não tem em sua vitoriosa carreira: a olímpica.

Para saber como foi o ciclo olímpico de Ana Marcela Cunha e como ela chegará no Japão, quais são as suas principais chances e quem são seus rivais, o Olimpíada Todo Dia preparou um mini guia sobre maratona aquática em Tóquio-2020. Confira!

O ciclo olímpico: campeã de tudo

Ana Marcela Cunha chegou para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro há quatro anos como grande candidata a uma medalha olímpica. Acabou ficando com uma décima colocação depois de superar o que considera a maior dificuldade da carreira, a doença auto-imune que a levou a uma operação para a retirada do baço.

Ana Marcela não se abateu após o resultado obtido no Rio de Janeiro. A atleta seguiu evoluindo para dar a volta por cima em Tóquio e obteve resultados expressivos no ciclo.

A baiana se consolidou como a maior vencedora em águas abertas da história e aumentou sua extensa lista de recordes. Em 2017, 2018 e 2019, a baiana foi eleita a melhor nadadora do mundo pela FINA (Federação Internacional de Natação), chegou ao sexto prêmio e se tornou a maior vencedora da história.

Ela lidera também em conquistas do Circuito Mundial, já que venceu quatro vezes e é a primeira com mais vitórias do Circuito Mundial, com 23 medalhas de ouro.

A atleta é também a única mulher tricampeã mundial seguida dos 25km e a única a ganhar medalha nos cinco mundiais disputados na década. Ela é a mulher com mais medalhas em Mundiais de esportes olímpicos, seguida pela nadadora Etiene Medeiros, com oito, e a judoca Mayra Aguiar, com seis.

2019: um ano incrível

Em 2019, a baiana de 27 anos viveu um grande ano e conquistou una enormidade de títulos. Das nove etapas da Copa do Mundo de Águas Abertas, Ana Marcela Cunha levou a medalha de ouro cinco vezes. Ainda obteve duas medalhas de prata, não subindo ao pódio em apenas duas etapas – das quais ela não participou. A nadadora ainda medalhou nos Jogos Pan-americanos de Lima, no Peru, e nos Jogos Mundiais Militares.

Daqui exatamente um ano, a baiana Ana Marcela Cunha cairá nas águas do Japão para buscar a medalha olímpica nos 10km da  maratona aquática
Ana Marcela Cunha e a medalha conquistada nos 10 km da maratona aquática nos Pan de Lima (arquivo)

A consagração de Ana Marcela Cunha veio na Coreia do Sul. Em Gwangju, a baiana foi bicampeã mundial nas provas de 5 km e 25 km. Após as conquistas, a nadadora se tornou a mulher com mais medalhas no Mundial de Esportes Aquáticos. Em águas abertas, a atleta tem 11 pódios, com cinco ouros, duas pratas e quatro bronzes, superando a holandesa Edith Van Dijk, que tem nove.

Os 10km: estratégia para a medalha

A prova de 10 km é a única da maratona aquática no programa olímpico e, nesta distância, Ana Marcela tem três medalhas em mundiais: bronze, em Kazan-2015 e Budapeste-2017, e prata, em Barcelona-2013.

Em Gwangju-2019, a nadadora terminou na quinta posição, o suficiente para garantir vaga em Tóquio, competição em que espera conseguir encaixar sua melhor prova. Para isso, traça estratégias com seu técnico Fernando Possenti.  

“No Mundial consegui a vaga, mas fiquei em quinto lugar. Já analisei a prova com o Fernando umas duas vezes e conseguimos ver que para onde eu ia todo mundo ia. Não ter vencido nos trouxe uma forma diferente de pensar”, disse Ana Marcela em uma live com o Olimpíada Todo Dia.

“Cada prova estou nadando de um jeito justamente para elas não saberem o que farei quando chegar em Tóquio. Se ainda não veio, é porque virá no momento certo e acho que ano que vem será esse momento”, completou a atleta.

Rivais

Até o momento, apenas dez nadadoras estão classificadas para a disputa da prova dos 10 km dos Jogos Olímpicos de Tóquio, todas com reais chances de conquistar uma medalha nos 10km da maratona aquática.

Algumas, no entanto, brigarão a cada metro com a brasileira pelo pódio. A italiana Rachele Bruni, por exemplo, deve ser uma forte candidata a ficar entre as três primeiras. Medalhista de prata na Rio-2016, ficou em terceiro no mundial 2019 e está sempre entre as melhores nas águas abertas.

Outra forte candidata é a chinesa Xin Xin. Quarta colocada na Rio-2016, chegará a Tóquio como a atual campeã mundial. A americana Haley Anderson sempre termina as grandes competições nas primeiras posições. No mundial da Coreia, conquistou a medalha de prata.

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Rafael Freitas

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