Homenagens a vô e treinador ‘pai que nunca tive’ no atletismo

Após noite de gala no lançamento do dardo e no revezamento 4x400 masculino, Pedro Henrique e Matheus Lima reverenciam quem os ajudou a chegar onde nenhum brasileiro jamais esteve

São Paulo – A última noite do atletismo nos Jogos Pan Americanos foi memorável para o Brasil. Em mais de um sentido. A começar por três resultados nunca antes alcançados. Em dois deles, os responsáveis fizeram questão de lembrar grandes incentivadores que os ajudaram a chegaram onde estavam. No revezamento 4×400 masculino, uma medalha de ouro dedicada para Sanderlei Parrela, mais do que um treinador para Matheus Lima, um dos integrantes da equipe. Já no lançamento do dardo, Pedro Henrique Rodrigues homenageou o falecido avô após conquistar uma inédita medalha de prata.

“Ah, meu treinador, né? Sanderlei Parrela. Recordista brasileiro nos 400m. Todo o ensinamento dele, toda a dedicação e o cuidado que ele tem por mim. Isso é incrível. Me deixa muito feliz. De não ter só ele como meu treinador, mas um amigo e um pai que nunca tive”, falou Matheus Lima, sobre de quem ele lembrava ao conquistar a primeira medalha de ouro brasileira no 4x400m em Jogos Pan-Americanos. “Isso é muito gratificante pra mim, fazer meu treinador feliz. Vou mostrar o ouro que é bem importante, que é uma medalha inédita pro Brasil. Eu tenho certeza que ele me assistiu correr o revezamento e ele está muito feliz. E isso é só gratidão. Professor, um beijo pro senhor, eu amo muito o senhor e obrigado por tudo. Tamo junto!”

Pedro Henrique Rodrigues lançamento do dardo atletismo
(Alexandre Loureiro/COB)

Lançamento do dardo

Pedro Henrique Rodrigues, campeão e recordista brasileiro e campeão sul-americano, ficou com a medalha de prata no lançamento do dardo. Resultado nunca antes conseguido por uma atleta do país. Após pegar a medalha, com ela nas mãos, fez questão de homenagear imediatamente do avô. “Dedico essa medalha, na verdade, ao meu avô, que foi a perda que eu tive no Mundial. Então, essa vai ser pra ele. Ele me fez treinar, acordar cedo e chegar aqui”, disse. “Levei o nome dele. É Pedro Ferreira Nunes, o meu nome é Pedro Henrique Nunes. Assim que cheguei no Mundial, estava muito bem preparado. Foi quando recebi a notícia da perda dele e todo o lado emocional foi pra baixo.”

O amazonense fez questão de lembrar também do conterrâneo Alexon Maximiliano, medalhista de bronze na mesma prova no Rio 2007. “Uma delas é do Amazonense também, o Alexson, e outra do Julio César Então vou tentar levar essa prata aqui é saber que a gente tá no caminho certo no lançamento do dardo. Não só o dardo, mas no atletismo inteiro A gente quebrou vários recordes aí de medalhas E vamos levar o Brasil mundo afora ainda.”

André Rossi
Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu ‘in loco’ os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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