CBC e CBR falam sobre parceria para evolução do remo

Em live mediada pelo OTD, Confederações de Clube e de Remo discutiram importância da formação de atletas e o retorno das competições

O remo é um dos esportes mais tradicionais do Brasil e vem evoluindo nos últimos anos. Parte dessa evolução se deve à parceria entre a CBR (Confederação Brasileira de Remo) e a CBC (Confederação Brasileira de Clubes), iniciada em 2017. O objetivo é dar mais oportunidades para que atletas ingressem no esporte, desenvolvendo também a qualidade da modalidade.

E para falar sobre isso, o Olimpíada Todo Dia mediou uma live com Fernando Cruz, vice-presidente de formação da CBC, Edson Pereira Jr, presidente da CBR, e Willian Giaretton, atleta multicampeão do remo. Confira os destaques!

Importância da formação

“Comecei em 2004 em um projeto social em Porto Alegre da Federação de Remo no estado. E lá foi onde eu tive meu primeiro contato com o esporte e tomei gosto”, relembrou Willian Giaretton.

Os projetos sociais são, no Brasil, uma grande porta de entrada para o esporte. Espalhados pelo país, eles são responsáveis por revelar grandes talentos, como Willian e, por isso, a CBC e a CBR vem atuando para desenvolver ainda mais essas oportunidades para os atletas brasileiros.

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“Essa parceria tem se mostrado muito profícua, especialmente para os atletas, porque é uma maneira de oferecer recursos e democratizar a participação no esporte. Quantos atletas, como o Willian, se não fosse um clube, um projeto social, teriam a oportunidade de se tornar cidadãos e também campeões?”, questionou Fernando Cruz.

Remo
Willian Giaretton representou o Brasil na Rio-2016 (Instagram/willian_giaretton)

“Em forma de agradecimento, eu, minha esposa e um amigo temos hoje um projeto social de remo em Porto Alegre. A genter quer dar oportunidade a outras pessoas carentes, entendendo como foi importante essa primeira oportunidade para mim, para que eu pudesse ingressar no esporte e seguir um rumo diferente na vida. Então é uma tentativa para que outras pessoas tenham acesso ao esporte”, completou Willian.

Qualidade das competições

Para além da formação de atletas, no entanto, a parceria entre as entidades também tem fortalecido as competições interclubes no Brasil, o que também contribui para o desenvolvimento do remo no país.

“A gente pode dizer que, com a parceria com a CBC, a gente tem levado os campeonatos de remo a outro nível. A Confederação precisa focar na organização, mas o suporte ao clube e aos atletas tem sido mais eficiente. Então essa parceria tem transformado esses campeonatos. A gente já consegue medir nesses três anos um aumento no número de participantes e de qualidade. Todo esse cenário ajuda a evoluir a qualidade técnica dos atletas, que é o nosso objetivo. É fundamental a gente dar essa igualdade de condições para eles”, destacou o presidente da CBR.

Retorno das competições

O calendário nacional e internacional das competições, inclusive do remo, foram suspensos por causa da pandemia de coronavírus. Enquanto os torneios ainda não voltam, a CBR vem estudando quais as melhores maneiras de garantir a segurança dos atletas, sem deixá-los, entretanto, parados.

“Nossa equipe tem feito um estudo bem aprofundado e publicamos (o protocolo de segurança) para evitar problemas de saúde, porque a gente entende que saúde e esporte têm que andar junto. Então a gente tem que cuidar para o que o atleta vá ao clube, faça o treinamento e evolua a ponto de chegar à próxima competição. Claro que a perspectiva é um pouco complicada para competições esse ano, mas os atletas não devem parar. Para isso, a gente tem feito competições remotas, com simuladores de remo… Então temos feito várias ações para que os atletas treinem de forma segura”, explicou Edson Pereira Jr.

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A continuidade dos treinos, mesmo sem competições, é importante já de olho em Tóquio-2020. As duas seletivas olímpicas, a latino-americana e a regata final na Suíça foram adiadas para o ano que vem. Assim, enquanto a CBR monitora seus principais atletas com chances de vaga na Olimpíada, ela pensa também em como retomar o calendário sem prejudicar ninguém.

“É importante a gente dar igualdade de condições. Se no norte do país tiverem clubes que não podem treinar e no sul alguns já podem, isso vai gerar desigualdade. Então precisamos saber exatamente qual é o momento que vamos marcar a próxima competição. Isso é uma discussão ampla, diária, para tentar fazer alguma coisa ainda esse ano, que seria muito importante”.

Colaboração OTD

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