André Rocha contesta campeão: “Não é da nossa classe”

Medalha de bronze no lançamento de disco F52, André Rocha contesta o italiano, que foi campeão e quebrou três vezes o recorde mundial

PARIS – André Rocha recebeu na manhã desta segunda-feira a medalha de bronze conquistada na véspera na lançamento de disco F52 com a marca de 19,48 m. Apesar de emocionado pelo pódio, o brasileiro não conseguia esconder o sentimento de revolta com o campeão. O italiano Rigvan Ganeshamoorthy quebrou o recorde mundial, que pertencia a Rocha, três vezes e venceu a prova com 27,06 m, mais de seis metros a frente do letão Aigars Apinis, que ficou com a prata com 20,62 m. “Ele não é da nossa classe”, garante.

+Gostou do estilo dos atletas? Clique aqui e compre os uniformes do Brasil de Paris-2024

André Rocha acredita que foi um erro de classificação que colocou Rigvan Ganeshamoorthy na classe F52. “Ele tem controle de tronco total, tem abdômen e não precisa usar a barra (de apoio). Ele tem a mão boa, punho. Então, são alguns detalhes que existem dentro da classe e é óbvio que favorece a pessoa que não tem essa deficiência. Então, isso acaba deixando a gente bem chateado. Não é fácil chegar aqui. Daí você perde para uma pessoa que não é da sua classe? Isso deixa a gente realmente bem chateado”.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

ITALIANO ESCONDEU O JOGO?

Segundo o brasileiro, pouca gente conhecia Rigvan Ganeshamoorthy antes dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. “No caso desse italiano, na verdade, indiano naturalizado, ele participou de duas competições só e veio por jogos. Então, ninguém o conhece. Mas a gente espera que esses vídeos, que essas coisas cheguem nas mãos dos responsáveis e que seja o tomada alguma providência. Espero que isso seja revisto”.

+SIGA O CANAL DO OTD NO WHATSAPP

Para André Rocha, esse tipo de coisa atrapalha o movimento paralímpico e prejudica os atletas que se dedicaram ao longo de todo o ciclo dentro da classe. “Ele com certeza escondeu o jogo para chegar aqui e fazer o que fez. Ele participou só de dois campeonatos para chegar numa Paralimpíada e ainda numa classificação errada. É complicado! Todo o trabalho nosso, toda a dor, o trabalho de tanta gente… Tanta coisa que a gente passa para chegar até aqui e passar por isso? Estou frustrado com o meu resultado porque sei que poderia ter ido melhor, mas essa prata poderia ter vindo. Se o ouro fosse do atleta da Letônia, que com certeza é F52, eu estaria mais conformado. Se perguntar para qualquer atleta, todo mundo vai falar a mesma coisa. O italiano nitidamente não é da classe”, concluiu.

Fernando Gavini
Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

Mais em​ Paris 2024Paralimpíada Todo DiaAtletismo

Bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, Vitor Tavares venceu o indiano Sudarsan Muthusamy, por 2 a 0 (21/10 e 21/13), na última rodada do Grupo B da classe SH6 do Internacional do Bahrein
Delegação paralímpica se desde de Astana com 13 medalhas no geral, sendo cinco ouros, seis pratas e dois bronzes.
Vitor Tavares segue embalado em 2025 e estreou vencendo com facilidade o alemão Dalya Seleman no Internacional do Bahrein. Já Vinícius Costa e João Gabriel Carbajal perderam nesta quarta-feira (14)
No segundo dia do Mundial de judô paralímpico, o Brasil faturou quatro medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze