Ouro de Rebeca coroa décadas de excelência do Brasil no solo

Ouro de Rebeca Andrade coroa o trabalho de mais de duas décadas de excelência do Brasil no solo da ginástica artística

Paris – Foi com o solo que o Brasil conquistou os seus primeiros grandes resultados na ginástica artística. Foi no aparelho, que tanto no masculino, como no feminino, o Brasil ganhou suas primeiras medalhas em Campeonatos Mundiais. Desde o começo do século, o Brasil tem se tornado referência dentro da ginástica artística.

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E hoje o Brasil deu um passo adiante para mostrar todo o seu potencial no solo, com Rebeca Andrade se tornando a primeira brasileira campeã olímpica no solo. “A gente vem mostrando nossa potência, sempre em um aparelho que a gente já tem como uma prova que é boa para a gente. E agora a gente tem o ouro olímpico no solo”, celebrou a atleta

Histórico do Brasil

A primeira medalha do Brasil em Campeonatos Mundiais veio com Daniele Hypólito, com uma prata em 2001. Naquela final, Daiane dos Santos também estava presente. E dois anos depois, a gauchinha de ouro iria se tornar a primeira brasileira campeã mundial no aparelho, com direito a um elemento novo que levou o seu nome e caiu na boca do público brasileiro: o duplo twist carpado. Daiane chegou a ter duas finais olímpicas no solo, mas infelizmente não conseguiu a sua medalha olímpica.

Daiane dos Santos fazendo um salto ginástico
Daiane dos Santos nos Jogos Olímpicos de Pequim (Foto: Wander Roberto/COB)

No masculino, o Brasil também começou a ter sucesso através do solo. Principalmente com Diego Hypólito, que ganhou o ouro nos Mundiais de 2005 e 2007, mas teve duas quedas nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e Londres-2012, adiando o sonho olímpico. Mas a medalha veio na Rio-2016, com uma prata conquista em casa. E a prova ainda teve uma dobradinha, com Arthur Nory levando o bronze no aparelho.

Rio 2016 Diego Hypólito Arthur Nory
Diego Hypólito e Arthur Nory festejam o pódio duplo na prova do solo na Rio-2016 (Divulgação)

Em Mundiais, além das primeiras medalhas de Daiane e Dani, o Brasil ainda teve uma prata e um bronze com Rebeca Andrade e um bronze de Flávia Saraiva, que já teve outras duas finais no top-5. Vale destacar tabmém o bom desempenho de Thais Fidélis, que foi quarta colocada no Mundial de 2017.

Referência

O Brasil teve tantos bons resultados no aparelho, que acabou se tornando uma referência no solo. Principalmente no feminino, onde o trabalho do Brasil com a parte coreográfica é considerara referência a nível mundial. Como não esquecer o “Brasileirinho” de Daiane, o emocionante “Child of Nazareth” de Jade, os bailados franceses de Flavinha ou as coreografias eternizadas por Rebeca Andrade: o “Baile de Favela” e o “Movimento da Sanfoninha”. Um dos principais responsáveis por isso é Rhony Ferreira, coreógrafo da seleção brasileira. Há mais de 20 anos, ele vem trabalhando com a parte artística das séries do Brasil, montando apresentações que entraram para a história da ginástica brasileira.

Rebeca Andrade simboliza bem e excelência que a própria Federação Internacional de Ginástica (FIG) gosta de ver no solo. Ela conta com acrobacias de alto valor de dificuldade, mas não deixa de cuidar da parte coreográfica, dando um espetáculo como ninguém. O resultado final não poderia ser outro: medalha de ouro para o Brasil!

Gabriel Gentile
Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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