Petrúcio baixa tempo de Paris no Circuito Paralímpico de São Paulo

Tricampeão paralímpico venceu prova dos 100m rasos 11 centésimos melhor do que a marca que lhe rendeu o ouro em Paris-2024

Petrúcio Ferreira foi o principal destaque no primeiro dia de provas do Circuito Paralímpico de atletismo – Fase Internacional. Nesta sexta-feira (25), o tricampeão paralímpico completou os 100m rasos da classe T47 (limitações em membros inferiores) em 10s57. A marca do velocista paraibano foi melhor do que os 10s68 na final da Paralimpíada de Paris, onde faturou o ouro. 

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“Apesar de estar conseguindo medalha nas principais competições, já estava há dois anos sem conseguir acertar um dos meus melhores tiros. Me cobro muito dentro dos treinos para estar sempre em alta e fiquei muito feliz com meu resultado hoje, bem melhor do que o de Paris. Isso mostra que estou voltando aos meus 100%. Briguei muito com dores, desconfortos musculares. Mas o Petrúcio está voltando”, disse Petrúcio. 

“O principal foco deste ano é o Campeonato Mundial [em Nova Deli, na Índia, em setembro], o que exige mais treino e paciência para que eu alcance os melhores resultados lá”, completou o também tetracampeão mundial nos 100m rasos.

Jovens “dando trabalho”

A final vencida por Petrúcio Ferreira teve outros dois atletas jovens da classe T47 correndo abaixo dos 11 segundos. O paulista Thomas Juan, de 23 anos, completou a distância para 10s80, enquanto a terceira colocação na classe ficou com o catarinense José Alexandre da Costa, de 21, que fez 10s85.

“Essa juventude dando trabalho faz bem para o atleta. Faz com que a gente foque cada vez mais em melhorar nosso desempenho e nossa recuperação, porque o sarrafo está subindo. Isso é muito bom, ver a evolução do Movimento Paralímpico como um todo”, disse Petrúcio.

Recorde mundial

O primeiro dia do Circuito Paralímpico de atletismo também contou com recorde mundial. Vinicius Augusto Cabral estabeleceu uma nova marca nos 100m na petra da classe T71 com o tempo de 21s55. “Na verdade, a chuva atrapalhou um pouquinho de manhã. Infelizmente dei uma escorregada, mas mesmo assim consegui a melhor marca da minha vida”, comentou. 

O recorde mundial anterior dos 100m da classe T71 pertencia ao italiano Davide Fiore, com o tempo de 22s81, obtido no ano passado em Nottwil, na Suíça. A marca feita por Vinicius ainda precisa homologação pelo WPA (Federação Internacional), que é o braço do Comitê Paralímpico Internacional responsável pelo atletismo paralímpico em âmbito mundial.

Grandes marcas

Edileusa dos Santos, classe T72 (deficiência grave de coordenação motora), bateu recorde das Américas nos 400m na petra ao fazer 1m18s31. Edileusa já competiu pelo atletismo olímpico e há três anos começou a fazer provas pela modalidade paralímpica

“Depois do Parkinson, me chamei de fênix, porque tive que mudar de competição e de prova para poder competir. Como alguém que tem Parkinson, vivo um dia de cada vez. Hoje, consigo o resultado que queria, hoje eu estou feliz. Amanhã pertence a Deus, não a mim”, disse a paranaense, diagnosticada em 2015. 

A rondoniense Ketyla Teodoro, da classe T12 (baixa visão), completou a prova dos 400m nesta em 58s57. A marca foi melhor do que as obtidas em 2024.  Seu melhor tempo foi de 58s86, alcançado nos Jogos Paralímpicos de Paris.

“Foi um ótimo início de temporada. Mesmo com essa chuva abençoada de hoje. Agora o objetivo é estar junto com meu irmão [Kesley Teodoro, também velocista da classe T12] no Mundial de atletismo”, afirmou a velocista. 

*Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

Adielson de Barros
Jornalista recifense formado na Faculdade Boa Viagem apaixonado por futebol e grandes histórias. Trabalhando no movimento olímpico e paralímpico desde 2022.

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