Do bullying às medalhas: a trajetória de Alana Maldonado

Alana Maldonado conta que sofreu na escola após descobrir sua deficiência visual e relembra a trajetória até se tornar campeã paralímpica

Do sonho de infância de ser jogadora de futebol às medalhas paralímpicas no judô, Alana Maldonado passou por muita coisa. Depois de descobrir sua deficiência, que foi aos poucos lhe tirando a visão, a atleta sofreu com bullying na escola e com descrédito de professores. Mas ela não desistiu, seguiu em frente, se formou em educação física e se tornou atleta profissional, bicampeã mundial, ouro em Tóquio-2020 e prata na Rio-2016.

Futsal: a primeira paixão

Em entrevista ao Sem Limites, a judoca Alana Maldonado relembrou toda a sua trajetória no esporte. Ela revelou que, antes de descobrir sua deficiência visual, queria ser jogadora de futebol e chegou a jogar no Kindermann, de Santa Cataria.

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“Eu sempre gostei de todos os esportes, sempre pratiquei todos até onde a minha visão me permitiu. Além do judô, eu sempre gostei muito de futsal, era minha paixão. Tanto que meu primeiro sonho de ser atleta profissional era com o futebol, como atleta do futsal. Eu tinha habilidade para os dois lados e acabei me destacando desde pequena. Morei um ano e meio com meu pai na cidade de Caçador para jogar no Kindermann”, conta Alana Maldonado.

Uma grave lesão, entretanto, fez ela desistir e voltar para o judô, que era a modalidade que praticava desde a infância. “Eu acabei quebrando a tíbia e a fíbula, diz uma cirurgia grande e aí não quis mais continuar com isso”, conta a atual judoca, que também já foi goleira de handebol na infância.

Descoberta da deficiência

Veio então a descoberta da deficiência que foi lhe tirando a visão. Alana Maldonado sofreu muito nessa época com bullying na escola e com professores que não acreditavam na deficiência dela. “Eu perdi um pouco o gosto de estudar”, revela.

Mas ela teve forças para entrar na faculdade de educação física e, pouco depois, foi levada a conhecer o esporte paralímpico. Com a intenção de manter vivo o sonho de ser atleta, experimentou a natação e o atletismo, mas foi uma negação. Meses depois, no entanto, veio a notícia de que a deficiência dela se enquadrava no judô paralímpico. Em 2014, ela disputou o seu primeiro Campeonato Brasileiro e já foi campeã. “O campeonato foi em novembro e em janeiro (de 2015) já fui convocada para a seleção”. Um ano e meio depois, ela disputou os Jogos Paralímpicos Rio-2016 para conquistar a medalha de prata.

De lá para cá, ela já foi duas vezes campeã mundial (2018 e 2022) e faturou a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Agora, ela se prepara para disputar Paris-2024 e buscar mais uma medalha para sua coleção.

Assista à entrevista completa

Fernando Gavini
Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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