A Assembleia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovou quase por unanimidade a candidatura conjunta de Rio de Janeiro e Niterói para receber os Jogos Pan e Parapan-americanos de 2031. Os 96% dos votos favoráveis (48 dos 50 votantes), entretanto, mascaram a grande discussão que girou em torno do tema. Pela manhã, antes da apresentação feita pelas cidades, um debate acalorado aconteceu entre os membros do colégio eleitoral. Tinha muita gente a favor, mas também muita gente contra. O que fez as coisas se apaziguarem foi a redação de uma carta com exigências que foram entregues aos dois prefeitos. Entre elas está a modernização do centro de treinamento do COB, o Maria Lenk, para que ele atinja o mesmo nível de excelência ao do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que fica em São Paulo.
@otd_oficial EXIGÊNCIAS PARA APROVAR A CANDIDATURA! Para que 96% do colégio eleitoral da Assembléia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB) aprovasse a candidatura conjunta de Rio de Janeiro e Niterói aos Jogos Pan e Parapan-americanos de 2031, houve muita discussão. Os presidentes das confederações e os integrantes da comissão de atletas debateram muito horas antes da votação. De tudo o que foi conversado, saiu uma carta com exigências para os prefeitos das cidades candidatas. A primeira delas é a modernização do Centro de Treinamento Maria Lenk para transformá-lo em algo similar ao Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo. “A gente quer um padrão igual ao que o CPB tem hoje, que saiu da Rio-2016 com esse padrão e o COB não teve isso”, afirma o presidente do COB, Marco La Porta. “Precisamos de um CT com refeitório e alojamento para os atletas, além de uma pista de atletismo”. Além disso, o COB cobra a melhoria de instalações já existentes como o Parque Radical de Deodoro e o Estádio de Remo da Lagoa, entre outras. Para completar, a carta pede apoio às ações das confederações e do COB, a manutenção dos equipamentos esportivos existentes e a garantia de que tanto o comitê como as confederações possam usar no futuro as instalações esportivas de forma gratuita para organização de competições e eventos como materialização do legado esportivo do Pan de 2007, da Olimpíada de 2016 e, eventualmente, do Pan de 2031. Fora do esporte, há a preocupação com os erros cometidos durante a organização dos mega-eventos anteriores e também com os processos judiciais que ainda correm a respeito dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
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“O Comitê Olímpico saiu da Rio-2016 com pouco legado, especificamente de utilização. Nós temos aqui o Maria Lenk, que é utilizado diariamente com os atletas, mas não temos aqui um alojamento, nem um refeitório. Além disso, perdemos a pista de atletismo do Célio de Barros. Então, a gente quer um centro de treinamento que possa contemplar um alojamento, um refeitório e uma pista de atletism. Um trabalho muito semelhante ao que foi feito no Centro de Treinamento Paralímpico lá de São Paulo. A gente quer ter um padrão igual ao que o CPB tem hoje, que saiu da Rio de 2016 com esse padrão e que o COB não teve”, explicou Marco La Porta, presidente do COB.
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Melhorias das instalações esportivas
O segundo ponto da carta entrgue pelo COB aos prefeitos Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, e Rodrigo Neves, de Niterói, pede melhorias a instalações esportivas já existentes de acordo com as necessidades das confederações de cada modalidade. “Queremos que todas essas instalações já existentes sejam potencializadas. Por exemplo, o Parque Radical de Deodoro funciona muito bem, mas ainda faltam algumas melhorias que precisam ser feitas. No estádio de remo da Lagoa, algumas melhorias precisam ser feitas. Melhor do que isso, não podemos deixar que ele seja desativado como ouvi alguns rumores”, explicou o dirigente.
O pedido para não desativar o estádio de remo não é único. O terceiro ponto da carta entregue aos prefeitos pede garantias de que as instalações esportivas existentes “não sejam desmobilizadas, transformadas ou demolidas em prejuízo ao esporte”.
O COB pede apoio das prefeituras em suas ações assim como as das confederações e ainda que as entidades do esporte nacional possam utilizar as instalações, tanto as existentes quanto as que venham ser construídas, tanto em Rio quanto em Niterói de forma gratuita para a realização de treinamentos e competições.
Sem repetir os erros do passado
Para completar, o assunto mais polêmico. O COB pede o “endereçamento das questões objeto de processos judiciais ainda hoje em curso relacionadas ao Comitê Organizador dos Jogos Pan e Parapan-Americanos
Rio-2007″. A entidade faz parte do polo passivo da dívida, que atualmente gira em torno de R$ 176 milhões.
Mais do que isso, faz parte das exigências do COB a garantia de erros cometidos na realização tanto da Rio-2007 quanto da Rio-2016 não sejam repetidos. “Essa é uma conversa que a gente teve na nossa reunião de trabalho com as confederações. As duas prefeituras e o ministro, como vocês testemunharam aqui, garantiram que não haverá esse risco de acontecer o que aconteceu nas dívidas que chegaram aqui na Rio-2007 e da Rio-2016, que foram resolvidas. Mas a gente tem que ter essa preocupação. Fizemos dois grandes eventos e tivemos alguns problemas A gente não pode cometer o mesmo erro, ter os mesmos problemas no futuro. Então, acho que agora a gente vai ter muito mais cuidado. Há um legado de gestores, formados nesses grandes eventos. Tenho certeza que vai nos ajudar muito”, acredita.
E por falar em erros cometidos no passado, Marco La Porta garantiu que não será presidente do Comitê Organizador como fez Carlos Arthur Nuzman tanto na Rio-2007 quanto na Rio-2016. “Não vou ser o presidente do Comitê Organizador. O Comitê Organizador vai ser independente do COB. Deve ter outro presidente. A gente não vai cometer esse erro novamente”, prometeu.