Conheça a medalhista olímpica que trocou o judô pelo futebol 

A ucraniana Daria Bilolid, bronze nos Jogos de Tóquio-2020 na categoria até 48 kg, deixou os tatames para defender a equipe feminina do Metalist

Imagine você ser medalhista olímpico, duas vezes campeão mundial, três vezes campeão continental, tudo isso aos 24 anos. E em pleno auge da carreira, trocar de esporte. Parece impossível? Nem tanto. A ucraniana Daria Bilolid, medalha de bronze no judô nos Jogos de Tóquio-2020, na categoria até 48 kg, trocou o quimono pela chuteira. Ela assinou contrato para defender a equipe feminina de futebol do Metalist 1925 de Carcóvia, da Ucrânia

“Adoro tentar algo novo, estabelecer novas metas, um novo esporte! Eu tenho consciência que as meninas da equipe jogam a vida toda, eu não. Sou apaixonada por futebol desde criança, e às vezes disputávamos algumas partidas nos campings de treino no judô. Será um enorme desafio atuar como jogadora profissional. Darei o máximo nos treinos. Estou ansiosa para entrar em uma partida”, disse Bilolid, em entrevista para a imprensa ucraniana. 

Maior visibilidade

Para os dirigentes do Metalist, a chegada de Daria Bilolid será altamente positiva para o futebol feminino da Ucrânia.

“Esta transição é um acontecimento brilhante para o esporte ucraniano. Será também um grande passo para a popularização do futebol feminino no país. O Metalist espera que Bilolid possa contribuir com sua mentalidade vencedora dentro de campo também”, afirmou o clube, em comunicado oficial. 

Sucesso precoce

Desde muito cedo Daria Bilolid tem experimentado o sucesso em sua trajetória esportiva. Logo aos 16 anos, em 2017, conquistou seu primeiro título europeu, ainda na categoria até 48 kg. Um ano depois, aos 17, fez história ao tornar-se a mais jovem campeã mundial adulta no judô, em Baku. Poucas semanas depois, emendou com o Mundial júnior. 

Ainda competindo nos 48 kg, a ucraniana reforçou a condição de jovem estrela do judô em 2019. Isso aconteceu graças ao bicampeonato mundial em Tóquio (JAP). Ela derrotou na final a japonesa Funa Tonaki, que defendia o título diante de sua torcida.  

“Eu tento não pensar nesses recordes, só penso em treinar e lutar. Por agora, meu objetivo são os Jogos Olímpicos. Eu não gosto de pensar nem que sou estrela. Eu ganhei uma medalha, mas eu quero mais”, afirmou Bilolid, na época, após a conquista. 

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Nos Jogos de Tóquio-2020, realizados em 2021 em razão da pandemia de coronavírus, ela não conseguiu manter a performance das temporadas anteriores. Ainda assim, conquistou a medalha de bronze, embora a ucraniana deixou clara sua decepção com o resultado. 

Novo ciclo, nova categoria

No ciclo olímpico dos Jogos Paris-2024, Daria Bilolid reapareceu em nova categoria, agora nos 57 kg. Foram vários pódios internacionais, porém apenas um título, o Europeu de 2024, em Zagreb (CRO). A esperança de uma nova medalha olímpica na França terminou logo na segunda rodada. Ela foi superada pela japonesa Haruka Funakubo, por ippon. Foi sua última luta oficial como judoca. 

Nesta categoria, Bilolid enfrentou a brasileira Rafaela Silva, campeã olímpica nos Jogos Rio-2016 nos 57 kg, em três oportunidades. A ucraniana venceu uma vez, no Masters da Hungria, em 2023, enquanto a brasileira levou a melhor em duas oportunidades. Uma vitória por ippon no Mundial de 2022 em Tashkent (Uzbequistão) e outra no Grand Slam de Antalya (Turquia), em 2023. 

Marcelo Laguna

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