Ofurô Olímpico #10: Mijain Lopez enlouquece Cuba pela quarta vez

Ao vencer pela quarta vez consecutiva a categoria 130 kg da luta greco-romana, Lopez se consagrou como um dos monstros sagrados olímpicos

Cuba não vive mais os tempos em que se tornou uma das forças emergentes do esporte olímpico mundial, especialmente entre os anos 70 e 90. Com graves problemas financeiros, o país caribenho ainda consegue brilhar no boxe (sem a mesma supremacia de antes), em algumas provas do atletismo, no tiro esportivo e no wrestling. Pois foi justamente neste que é um dos esportes mais tradicionais dos Jogos que Cuba festejou nesta segunda-feira (2) um feito incrível, o tetracampeonato consecutivo de Mijain Lopez Nunez na categoria 130 kg da modalidade greco-romana. Nunca nenhum atleta alcançou tal feito nos Jogos Olímpicos.

Aos 38 anos, Mijain é uma lenda no esporte cubano. Desde os Jogos de Pequim-2008, ele segue imbatível em uma das modalidades mais tradicionais da Olimpíada, que ficou ameaçada de ser excluída do programa olímpico em 2013, por problemas na administração da modalidade, polêmicas de arbitragem e falta de representatividade de gênero.

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Ainda bem que a cartolagem acertou suas diferenças e o wrestling seguiu nos Jogos. Pois isso permitiu que a história fosse escrita em Tóquio neste 2 de agosto. Assim que derrotou de forma inapelável o georgiano Iakobi Kajaia por 5-0, Mijain Lopez logo tomou uma bandeira cubana nas mãos e saiu festejando com seu treinador.

“Sou feliz e orgulhoso de ser o melhor do mundo. Tive uma longa carreira e trabalhei muito para atingir estes objetivos. Ter quebrado esta recorde hoje é para mim uma grande conquista, pois enfrentei os melhores”, disse o ídolo cubano durante a entrevista coletiva. Mijain Lopez não confirmou se irá mesmo se aposentar após os Jogos de Tóquio.

Será que veremos a lenda se prolongar até Paris-2024?

A FRASE

“Jamais poderia esperar tudo que aconteceu aqui. O atleta de alto rendimento sempre quer ganhar medalhas, mas eu acho que ganhei muito mais que só as medalhas. Eu ganhei a admiração das pessoas, o respeito, eu fiz história. Eu representei um país inteiro.”

Rebeca Andrade, após sua participação na final do solo da ginástica artística, quando terminou em quinto lugar.

O NÚMERO

8,41

Metros foi a marca que deu ao grego Miltiadis Tentoglou a medalha de ouro no salto em distância. A marca foi a mesma alcançada pelo cubano Juan Miguel Echeverria, porém pelos critérios de desempate (segunda melhor marca), a vitória foi para Tentoglou.

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Marcelo Laguna

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