Ofurô Olímpico #8: Djokovic volta para casa menor do que chegou a Tóquio

Além de fracassar na tentativa de ganhar sua primeira medalha de ouro olímpica, sérvio acabou com o sonho da parceira de duplas mistas ao abandonar o torneio

Alguns atletas, por incrível que pareça, não conseguem entender o que significa disputar os Jogos Olímpicos. Em Tóquio-2020, não está sendo diferente. O último exemplo foi de um dos maiores nomes do tênis em  todos os tempos, o sérvio Novak Djokovic.

Único representante do trio que domina o ranking mundial nos últimos anos sem ter conquistado uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos – feito que o espanhol Rafael Nadal e o suíço Roger Federer já alcançaram – Djokovic chegou a Tóquio como grande favorito. E tudo para caminhar para este roteiro, com o sérvio jogando cada partida como se fosse a última da vida.

Além da medalha, Djokovic ainda vislumbrava um outro feito: conquistar o chamado “golden slam”, quando um tenista consegue vencer os quatro Grand Slams (Austrália, Rolando Garros, Wimbledon e US Open) e o ouro olímpico, tudo na mesma temporada. Até hoje, apenas a alemã Steffi Graff tem este feito no currículo, após levar o ouro em Seul-1988.

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Ele só não contava em ser derrotado na semifinal para o alemão Alexander Zverev e ter que se contentar com a disputa do bronze. Neste sábado (31), nova derrota, agora para o espanhol Pablo Carreño Busta. Com direito a um show de falta de esportividade de Novak Djokovic, destruindo uma raquete e jogando outra para as arquibancadas vazias, para descontar sua frustração.

https://twitter.com/Yanzismo/status/1421547141198123011

A cereja do bolo veio na sequência. Djokovic abriu mão de disputar o bronze nas duplas mistas, alegando uma suposta lesão no ombro para desistir da partida. Lesão esta talvez causada pelo arremesso da raquete à arquibancada (contém ironia). Só que ao desistir, ele impediu que sua parceira, Nina Stojanovic, que nunca teve resultados relevantes no circuito internacional, pudesse ter a chance de subir ao pódio de uma Olimpíada.

Novak Djokovic, que durante a pandemia fez pouco caso das vacinas, organizou um torneio com aglomeração de pessoas e que deixou vários infectados, inclusive ele mesmo, conseguiu sair menor do que entrou nos Jogos de Tóquio, onde nem espírito olímpico conseguiu demonstrar.

Clausura ou quarentena?

Um dos pontos do protocolo de segurança para a Covid-19 nos Jogos de Tóquio é transferir as pessoas que testaram positivo para hotéis específicos, determinados pelo comitê organizador. O que ninguém sabia até agora era que tipo de acomodações eram estas. Uma denúncia feita pela Athleten Deutschland, órgão de que atua em defesa dos atletas da Alemanha, mostra que as instalações estão longe de serem consideradas confortáveis.

De acordo com reportagem feita pelo site “Inside the Games”, atletas e outros credenciados que pegaram o coronavírus precisam passar o período de quarentena em quartos abafados e sem acesso a serviços como os de lavanderia, por exemplo. Segundo a entidade alemã, até mesmo a alimentação servida é ruim, sem atender as necessidades nutricionais de um atleta de alto rendimento.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) apenas se solidarizou com as situações relatadas, mas disse que é preciso respeitas as regras criadas pelas autoridades japonesas.

A FRASE

“Eu tinha marcado de tomar um café com ele na Vila Olímpica, mas como fiquei falando muito tempo com minha namorada pelo telefone, perdi a hora. Então foi por causa dela que não estivemos juntos.”

Armand “Mondo” Duplantis, recordista mundial do salto com vara, que escapou de ter contato com o americano Sam Kendricks, que testou positivo para a Covid. Se isso tivesse ocorrida, ele também estaria fora dis Jogos de Tóquio, pelos protocolos de segurança sanitária.

O NÚMERO

85

Pontos fizeram a dupla Luisa Stefani e Laura Pigossi na vitória sobre as russas Elena Versina e Veronika Kudermetova. As duas conquistaram o bronze de duplas feminina em Tóquio-2020, a primeira medalha do Brasil no tênis em Jogos Olímpicos

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Marcelo Laguna

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