Há 40 anos, EUA confirmavam boicote à Olimpíada de Moscou

Quatro décadas atrás, o comitê olímpico americano atendeu ao pedido do presidente Jimmy Carter. E as Olimpíadas nunca mais foram as mesmas

Passou despercebido por parte do grande público, menos para quem gosta de efemérides. O último domingo (12) marcou uma data significativa na história do esporte. Há exatos 40 anos, era sacramentado o boicote dos Estados Unidos à Olimpíada de Moscou-1980.

A partir daquele dia, os Jogos Olímpicos nunca mais seriam os mesmos.

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Foi num 12 de abril de 1980 que o USOC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos) resolveu acatar a determinação do então presidente Jimmy Carter. Como o blog relembrou, em 20 de janeiro daquele ano, em uma entrevista à rede de televisão NBC, Carter falou pela primeira vez na possibilidade de não apoiar o envio de uma equipe americana a Moscou em julho, quando ocorreria a edição da Olimpíada.

O gesto representaria uma forma de protesto dos americanos à invasão da então União Soviética ao Afeganistão.

Jornal Daily News repercute boicote dos EUA à Olimpíada de Moscou
Capa do jornal Daily News, repercutindo a entrevista do então presidente americano Jimmy Carter, falando do possível boicote à Olimpíada de Moscou-1980 (Crédito: Reprodução)

Boicote entre aliados

A intenção de pressionar um recuo soviético fracassou. Até que em 12 de abril o comitê americano avisou que atenderia ao pedido de Carter e não enviaria sua delegação a Moscou. Além dos Estados Unidos, mais 61 países alinhados à política externa americana também aderiram ao primeiro boicote em massa em um evento esportivo.

Obviamente que o gesto encampanado pelos Estados Unidos não teve qualquer efeito prático na invasão ao Afeganistão. Mas abalou claramente o aspecto esportivo daquela Olimpíada e mudou completamente os rumos do movimento olímpico. Quatro anos depois, foi a vez dos soviéticos e de mais 16 aliados decidirem não comparecer aos Jogos de Los Angeles-1984.

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Nunca os Jogos Olímpicos estiveram tão ameaçados de acabar. Sem força e prestígio, o COI (Comitê Olímpico Internacional) encontrou na iniciativa privada uma forma de tornarem a Olimpíada sustentável. Aquele “espírito olímpico” que o Barão de Coubertin se inspirou para recriar os Jogos em Atenas-1896 são só uma lembrança.

Bem, a demora inacreditável dos organizadores para anunciarem o adiamento da Olimpíada de Tóquio para 2021, por causa da pandemia do coronavírus, só vem a comprovar o que estou dizendo. O “show deve continuar” é o lema que é rege atualmente o movimento olímpico.

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Este é o maior legado do nefasto e burro boicote comandado por Jimmy Carter em 1980.

Marcelo Laguna

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