Relembre outros casos de Olimpíadas com eventos disputados fora do país-sede

Paris-2024 definiu o Taiti como possível sede do surfe. Mas esta não será a primeira vez que isso acontecerá na história dos Jogos Olímpicos

O comitê organizador dos Jogos de Paris-2024 surpreendeu nesta quinta-feira (12), ao anunciar o local das competições do surfe. Embora ainda aguarde aprovação do COI (Comitê Olímpico Internacional), os dirigentes franceses indicaram o Taiti, uma das ilhas que compõe a Polinésia Francesa, como sede das disputas. Na verdade, já se falava há algum tempo na possibilidade da indicação do Taiti ser indicado. A ilha localizada no Pacífico Sul recebe uma das etapas mais baladas do Circuito Mundial de surfe.

A escolha do Taiti para Paris-2024 não traz muita simpatia a Thomas Bach, presidente do COI. Localizada a 15.706 quilômetros de distância da cidade-sede dos Jogos, teria como principal ponto negativo o custo elevado que causaria para os organizadores, torcedores e também a imprensa que cobre os Jogos.

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É bem verdade que colocar eventos aquáticos olímpicos fora de sedes não é novidade. Especialmente quando a cidade não fica na região costeira. Em Atlanta-1996, a competição da vela foi realizada em Savannah, a quase 400 km de distância.

Organizar um evento olímpico fora do país-sede, contudo, é mais raro ainda. Mas já aconteceu…

A primeira vez foi na Olimpíada de 1920, realizada em Antuérpia (BEL). As disputas da vela aconteceram em Ostend (região dos Flandres), mas a classe dinghy 12 pés sofreu com os fortes ventos, atrasando a programação. Como não havia datas disponíveis e os dois barcos inscritos na prova eram holandeses, o comitê organizador belga solicitou e desta maneira, Amsterdã, na Holanda, recebeu a regata final. Os Jogos de 1920, tecnicamente, foram os primeiros realizados em dois países.

A segunda vez foi, em termos de distância, muito semelhante à proposta francesa para o surfe. Para os Jogos de Melbourne-1956, os australianos não sabiam o que fazer para organizar a disputa do hipismo. Graças a uma epidemia de febre equina, os cavalos precisariam ser submetidos a uma quarentena de seis meses. Ou seja, inviabilizando a disputa no período dos Jogos, que aconteceram entre 22 de novembro a 8 de dezembro.

Como as autoridades sanitárias da Austrália não relaxaram as regras, o COI não teve outra saída que não fosse transferir a competição para Estocolmo, na Suécia, a 15.589 km de Melbourne. As disputas aconteceram inclusive bem antes da abertura dos Jogos, entre 10 e 17 de junho

PS: Pesquisa histórica com a ajuda dos livros “2016 Histórias que fizeram 120 Anos de Olimpíadas”, de Adalberto Leister Filho e Guilherme Costa, e “100 Anos de Olimpíadas”, de Maurício Cardoso.

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Marcelo Laguna

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