An Changrim encerra hegemonia do Japão nos leves. Será?

Judoca da Coréia do Sul ficou com o título mundial de judô na categoria até então dominada pelos japoneses desde 2009. Há quem possa dizer que escrita, porém, permanece

O sul-coreano An Changrim subiu ao ponto mais alto do pódio do mundial de judô no último dia 22, no Azerbaijão, conquistando pela primeira vez o título. O resultado, que por si só já é um feito e tanto, fica ainda maior quando o oponente na decisão era nada menos do que Soichi Hashimoto, número 1 do ranking e que buscava o tricampeonato mundial.

E não para por aí. Foi a primeira vez que um judoca não japonês levou o mundial nessa categoria em quase uma década. A última vez havia sido em 2009, quando Wang Ki-Chun, também sul-coreano, venceu em Roterdã.

Porém há quem possa contestar o fim dessa escrita. Isso porque An é japonês. Nasceu na cidade de Kioto em março de 1994 e viveu naquele país até 2014, quando mudou-se para Seul, capital sul-coreana. Chegou inclusive a vencer o badalado campeonato universitário japonês em 2013, batendo o mesmo Hashimoto.

“Meus avós mudaram da Coréia do Sul para o Japão, então meus pais nasceram lá”, explicou An, um dia depois de vencer o mundial. “Fui para a Coréia do Sul por conta da minha descendência e para manter minha cidadania”.

A campanha para o título no Azerbaijão foi quase perfeita – se é que dá para colocar algum defeito. Ganhou cinco de suas seis lutas por ippon direto, inclusive a final. Apenas na estreia venceu por um waza-ari.

Com o título, passará a usar o backpatch vermelho, reservado aos campeões mundiais, mas já está de olho em outra cor. “Meu maior objetivo é o backpatch dourado (campeões olímpicos) e eu treino duro para esse vermelho não me distrair”, disparou.

André Rossi
Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu ‘in loco’ os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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