Campeã olímpica, Bia Souza conquista ouro no Pan-Americano

Além do título da campeão olímpica Beatriz Souza, o Brasil ganhou neste sábado (26) mais seis medalhas no segundo dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô, sendo três ouros, uma prata e dois bronzes

O Brasil ganhou neste sábado (26) mais sete medalhas no segundo dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô. Finalizando as competições individuais, a seleção brasileira faturou quatro ouros, sendo um deles de Beatriz Souza, campeã olímpica em Paris-2024 na categoria acima de 78kg. Além dos títulos, o dia foi de mais uma prata e dois bronzes para o selecionado verde-amarelo. No total, o país somou nove conquistas, três segundos lugares e quatro terceiros. Esse resultado garantiu a primeira colocação, além da melhor campanha em eventos continentais na história.

Sem competir internacionalmente desde Paris-2024, Beatriz Souza (+78kg) retornou aos tatames no Pan-Americano e Oceania, disputado em Santiago, no Chile, e foi campeã. Número dois do mundo e cabeça de chave número um no continental, a brasileira da categoria peso pesado estreou direto nas quartas de final e superou Karra Hanna, de Bahamas, com waza-ari. Já na semifinal, ela passou pela colombiana Brigitte Carabali por ippon, imobilizando a rival por vinte segundos. Na decisão, Beatriz Souza encarou a neozelandesa Sydnee Andrews e, novamente, venceu por ippon, firmando seu sexto título continental.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOKFACEBOOK E BLUESKY

“Eu fico extremamente feliz em voltar de uma forma tão grandiosa, com a medalha de ouro. Isso é muito importante, mostra que já voltei com tudo para esse novo ciclo. Estou muito focada e confiante, e agora é começar tudo de novo para conquistar a vaga olímpica, com mais competições e mais treinamentos em busca de Los Angeles”, destacou Beatriz Souza, que conquistou o quinto título continental consecutivo no adulto, a denominada classe Sênior.

Ouros no masculino

O meio-pesado Leonardo Gonçalves (100kg) foi campeão do Pan-Americano pela segunda vez na carreira e faturou terceira medalha internacional de 2025. Em fevereiro, o brasileiro foi medalhista de prata nos Grands Slams de Paris e Baku. Por isso, ele chegou credenciado como o melhor ranqueado da categoria. Nas quartas, estreou com triunfo por ippon sobre o paraguaio Angel Antonio Gini. Em seguida, na semifinal, derrotou o argentino Ivo Dargoltz e, de novo, por ippon. Na final, Leonardo Gonçalves iniciou atrás do placar sendo projetado em yuko pelo dominicano Robert Florentino.

Entretanto, Leonardo Gonçalves foi capaz de reagir e, logo na sequência, anotou waza-ari, assumindo a dianteira na luta. Perto do fim, ele chegou a levar duas punições, mas conseguiu administrar a vantagem e vencer. Assim como ele, Rafael Macedo (90kg) também ganhou o ouro. E esse topo do pódio aconteceu com trajetória perfeita com quatro triunfos por ippon. O primeiro resultado positivo ocorreu nas oitavas sobre o argentino Victor Gonzales. Já na quartas, o brasileiro bateu o australiano Danny Vojnikovich.

No duelo seguinte, ele ganhou o confronto com o compatriota Giovani Ferreira. Por fim, na luta pelo ouro, Rafael Macedo primeiro marcou waza-ari no argentino Mariano Coto Bersier. Mas, logo depois, aplicou ippon para garantir sua segunda medalha de ouro em Pan-Americano.

Gabaritando em títulos

O último dos três ouros no masculino foi de Gabriel Falcão (81kg). Com a conquista no Pan-Americano adulto em 2025, o meio-médio, de 21 anos, pode dizer que foi campeão de (quase) tudo dentro do continente. Em 2015, veio o primeiro título no sub-13 e, no ano seguinte, no sub-15. E, depois disso, mais três ouros no Júnior. O título só não veio no Cadete por conta da pandemia da Covid-19.

Neste ano, lutando pela segunda vez no Pan-Americano e Oceania da classe Sênior, Gabriel Falcão saiu de um quinto lugar, na última edição, para o topo do pódio, vencendo quatro combates no dia. Nas oitavas, ele passou pelo mexicano Samuel Ayala nas punições (3-0). Já nas quartas, superou o argentino Augustin Gil, por ippon. E, na semifinal, derrotou o também brasileiro Luan Almeida, nas punições (3-1).

Por fim, na decisão, ele começou saindo em desvantagem, quando o canadense Keagan Young anotou yuko, mas, o brasileiro foi atrás da virada e conseguiu ippon. Fora as medalhas nos Pan-Americanos, o brasileiro também foi ouro nos Jogos Pan-Americanos Júnior, em 2021, e fez a dobradinha no adulto, em 2023, na mesma Santiago.

Prata em novo peso

Rafael Buzacarini finalizou sua primeira participação no Pan-Americano no novo peso com a medalha de prata. Lutando na categoria +100kg, o brasileiro estreou nas quartas e venceu o chileno Francisco Solis nas punições (3-2). Em seguida, na semifinal, ele jogou na tática de novo e impondo bom ritmo de ataques. Desta forma, ele passou pelo cubano Jonathan Loynaz nas punições (3-1). Na final, Rafael Buzacarini encarou o também cubano Andy Granda, campeão mundial em 2022 e um dos principais nomes do peso pesado masculino.

+ SIGA O CANAL DO OLIMPÍADA TODO DIA NO WHATSAPP

A luta começou parada, com os dois levando punições por falta de combatividade. Pendurado, o brasileiro partiu para cima, tentando pontuar ou forçar uma terceira punição ao rival. Mas, em uma tentativa de ataque, Rafael Buzacarini foi contragolpeado e caiu por ippon, ficando em segundo lugar. Desde que subiu do -100kg, onde participou de duas edições de Jogos Olímpicos, para o +100kg, ele foi campeão do Campeonato Brasileiro e da Seletiva Nacional para o Pan-Americano, e prata no Open Rio.

Luan Almeida e Luana Carvalho fizeram dobradinha para o Brasil no bronze. No masculino, Luan Almeida (-81kg) foi quem abriu a campanha de medalhas, faturando o bronze em cima do estadunidense Johan Silot, nas punições (3-2). Antes, ele havia passado pelo peruano Javier Saavedra, nas oitavas, com yuko e dois waza-ari; pelo chileno Francisco Toscanini, nas quartas, por ippon; e caído para o brasileiro Gabriel Falcão, na semifinal, nas punições (3-1). Esse foi o primeiro Pan adulto dele, que tem só 19 anos.

Bronze no feminino

Já entre as mulheres, Luana Carvalho (-70kg) estreou com triunfo sobre a australiana Moira De Villiers, por waza-ari. Mais adiante, nas quartas, teve yuko de vantagem sobre a venezuelana Eliana Aguiar e novamente avançou. Na semifinal, a brasileira encarou a equatoriana Celinda Corozo e, no golden score, com as duas penduradas nas punições, foi projetada em waza-ari, indo à disputa de bronze. A medalha veio contra a peruana Xsara Morales Falconi, após belo ippon.

Pan-Americano continua neste domingo

O último dia de Pan-Americano e Oceania será neste domingo (27), com a disputa por equipes mistas. O Brasil estreia contra o Chile, na semifinal. Já no outro lado da chave, Cuba, Peru e México lutam entre si para definir o outro classificado à grande final. As preliminares acontecem a partir de 11h (horário de Brasília), com o bloco final às 13h. A campanha em Santiago já superou a de Montreal, em 2012, que até então era a maior da história do Brasil em qualidade e quantidade.

Há 13 anos, no Canadá, o selecionado brasileiro ganhou nove ouros, duas pratas e três bronzes. Já no Chile, na atual edição, o número de atletas brasileiros em finais aumentou e mais um bronze foi adicionado ao resultado final. Ao todo, 206 atletas de 24 países participam do continental deste ano. O Brasil teve o melhor saldo, com 16 medalhas, e o Canadá, com seis medalhas (1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes), e os Estados Unidos, com cinco (1 ouro, 2 pratas e 2 bronzes) fecharam o top 3.

Rafael Zito

Mais em​ Judô

No segundo dia do Mundial de judô paralímpico, o Brasil faturou quatro medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze
Daiane dos Santos, Edinanci Silva, Gustavo Kuerten e Afrânio Costa gravaram suas marcas na história do esporte brasileiro
Rosi Andrade, de 27 anos, conquistou a medalha de ouro para o Brasil no Mundial ao vencer na final a judoca turca Ecem Tasin, vice-campeã do mundo em 2022. Além dela, Danilo Silva ganhou a prata
“Beatrizes” quase completam bingo da participação brasileira em todos os pódios femininos. Beatriz Freitas foi bronze, enquanto a campeã, Bia Souza, ficou em 5º