Treinos virtuais unem seleções paralímpicas de Argentina e Brasil

Práticas em plataformas online viram alternativa viabilizando que os paratletas se mantenham em atividade durante a pandemia

Treino virtual individualizado já não é mais novidade em meio ao “novo normal” provocado pelo coronavírus. Foi a maneira que atletas e comissões técnicas encontraram de manter corpo e mente ativos até que os torneios voltem a ser disputados. Mas no caso do judô paralímpico de Brasil e Argentina os trabalhos virtuais foram além.

Na quinta-feira (9), dois países se uniram remotamente para treinarem juntos. A convite do técnico da seleção brasileira de judô paralímpico, Jaime Bragança, que já vinha promovendo encontros semanais, membros da comissão técnica e atletas da seleção argentina dividiram as telinhas do computador e do celular para suar os quimonos.

“O vínculo de Argentina e Brasil em todos os âmbitos – socias, culturais e esportivos – é muito importante. Os dois países se fortalecem compartilhando encontros, aulas e aprendizado”, destaca Walter Dzurovcin, técnico da seleção paralímpica argentina.

Grandes nomes

Cerca de 60 pessoas, incluindo nomes históricos do paradesporto argentino, como o veterano Fabian Ramirez, de 43 anos e dono de duas medalhas em Jogos Paralímpicos (bronze em Pequim 2008 e prata em Atlanta 1996), participaram do treino. Do lado brasileiro, marcaram presença o também lendário Antônio Tenório (seis medalhas em Paralimpíadas), Lúcia Araújo, Meg Emmerich, entre outros.

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“Inicialmente, não era treino de alto rendimento, mas o pessoal foi pegando condicionamento”, explica Bragança, que tem conduzido as aulas virtuais com seus alunos do Centro Esportivo Mooca, muitos deles integrantes da seleção, três vezes por semana.

“Temos um aluno argentino que enviou o link para o Guillermo Traba (coordenador técnico da Seleção Argentina). Ele mobilizou todo mundo para treinar. E saiu um baita treino, motivante, o pessoal gostou muito”, elogia o brasileiro.

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“A intenção é que os atletas façam suas atividades físicas da forma mais parecida possível. E com o que tiverem em casa. Assim, o que tentamos é continuar trabalhando para manter a motivação”, emenda o argentino Dzurovcin, agradecido pela experiência do treino virtual.

Judô paralímpico em Tóquio

Vale lembrar que o judô paralímpico ainda possuía diversas vagas em aberto antes da pandemia mudar o mundo e cancelar o calendário de 2020, incluindo os Jogos de Tóquio, remarcados para o próximo ano. Duas etapas de Grand Prix, em Nottingham (Inglaterra) e Baku (Azerbaijão), definiriam os últimos classificados. Ainda não há informação sobre as novas datas destes eventos.

Colaboração OTD

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