Brasileiras quase são barradas, quebram protocolo e encantam

Dupla da vela, Martine Grael e Kahena Kunze, inovou na hora de carregar a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos

“Se for para não causar, eu não vou”. Nesse espírito, Martine Grael e Kahena Kunze entraram na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos com a missão de carregar o pavilhão do Brasil. Pela primeira vez na história, uma dupla foi escolhida como porta-bandeira. Além disso, era também a estreia de uma mulher (no caso, duas) a ter a honra de liderar a delegação do país. Por tudo isso, elas queriam fazer algo diferente. Queriam deixar sua marca! E deixaram! Por pouco, não foram barradas na entrada do campo, é verdade, mas elas quebraram o protocolo, Martine subiu de cavalinho nas costas de Kahena para encantar o público presente no Estádio Nacional de Lima.

“A gente tem que inovar assim, porque nós somos pessoas criativas, tinha que inovar. Então ficou legal, acho que é diferente, inovar”, afirmou toda empolgada Kahena Kunze logo depois de passar pelo campo, mas admitindo que gostaria de ter sentido a emoção por mais tempo. “Foi muito rápido. Cara, meu coração está batendo até agora. Eu acho que eu gostaria de voltar um pouco assim porque nem deu pra realmente ver o pessoal”, brincou a velejadora, campeã olímpica ao lado de Martine na classe 49er FX nos Jogos do Rio de Janeiro.

O curioso é que, por pouco, elas não foram barradas da cerimônia. O normal é apenas uma atleta carregar a bandeira de cada país e um membro da organização, mal informado, tentou impedir que as duas entrassem juntas carregando o pavilhão brasileiro. ““O cara nem entendeu na porta que eram duas porta-bandeira. Ele queria bloquear a Martine e eu disse: não, ela vem comigo, senão eu também não vou”, se diverte Kahena, que estava toda feliz por ter sido escolhida como símbolo da força das mulheres e de todos os atletas. “Eu acho que foi bonito e vai ficar para a história. Essa memória foi guardada pra vida e eu acho que foi muito legal. Muita energia que a gente vai levar daqui”, conclui Kahena Kunze.

Já Martine Grael repetiu o gesto feito por seu pai, Torben Grael, responsável por carregar a bandeira do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata há 24 anos. “Meu pai ficou muito feliz, muito feliz”, disse empolgada!

Fernando Gavini
Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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