Depois de perder eleição da Odepa, Nuzman deixa também a Odesur

Dirigente brasileiro abre mão de comando de entidade sul-americana, que dirigia há 14 anos. Além do COB, Nuzman está em uma das comissões de Tóquio-2020
Nuzman pediu demissão da presidência da Odesur(Crédito: Heitor Vilela/COB)
Nuzman pediu demissão da presidência da Odesur(Crédito: Heitor Vilela/COB)

A inesperada derrota na eleição da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) trouxe consequências para o brasileiro Carlos Arthur Nuzman, mandatário do COB. Segundo informou o jornalista Bruno Voloch, em seu blog no Estadão, o dirigente enviou carta aos integrantes da Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana), entidade que preside há 14 anos, informando que está deixando o cargo e convocando assembleia para definir o sucessor.

A decisão pode ser classificada, no mínimo, como surpreendente. Quem conhece um pouco a personalidade do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro sabe o quanto ele aprecia os caminhos da política internacional do movimento olímpico. Após ter perdido a condição de membro do Brasil no COI (Comitê Olímpico Internacional), por conta da idade, em 2012, Nuzman manteve o protagonismo no cenário esportivo por conta da organização da Olimpíada Rio-2016.

Com o final dos Jogos Olímpicos, apostou todas as fichas que conseguiria vencer a eleição da Odepa. Apresentou uma proposta de modernização da entidade, propondo um grande investimento na parte de marketing e na criação de novos eventos multi-esportivos nas Américas. Mas nem chegou a passar da primeira rodada da eleição, sendo superado pelo chileno Neven Ilic, que acabou sendo o eleito.

Na carta enviada a todos os membros do comitê executivo da entidade, Nuzman explica que havia tomado a “decisão irrevogável” de deixar o comando da Odesur e que havia a necessidade se marcar uma nova assembleia para definir quem ocupará o cargo. A ideia é que o encontro ocorra dia 1º de julho, no Rio de Janeiro (veja documento abaixo)

Cópia da carta na qual Carlos Nuzman pede demissão da Odesur e convoca novas eleições (reprodução/Blog do Bruno Voloch)
Cópia da carta na qual Carlos Nuzman pede demissão da Odesur e convoca novas eleições (reprodução/Blog do Bruno Voloch)

Mas Carlos Nuzman não estará totalmente fora da política internacional esportiva. Além de seguir por mais um mandato no comando no COB, o brasileiro também integra a Comissão de Coordenação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Não é a principal comissão para a organização da próxima Olimpíada, mas na prática Nuzman estará envolvido diretamente no evento.

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Marcelo Laguna

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