87ª edição do Amador de Golfe do Brasil começa nesta quinta

Em sua 87ª edição, o Campeonato Amador de Golfe do Brasil, que começa nesta quinta-feira (6) no Clube Curitibano, em Quatro Barras (PR), é hoje o torneio mais tradicional do golfe brasileiro. Desde 1929, quando sua primeira edição foi vencida por S.G. MacGregor, a competição vem escrevendo a história do golfe brasileiro – desde então, só não se realizou em 1932 e 1942.

Vencer o principal torneio do golfe amador do Brasil – e um dos mais importantes e tradicionais do continente – é escrever seu nome na história do golfe brasileiro. Muitos golfistas profissionais de destaque só se decidiram pelo golfe como profissão depois de levantar a taça do Amador. É o caso de feras como Fernando Mechereffe, Alexandre Rocha, Stephan Bergner, Vinicius Muller, Jaime Gonzalez,  Priscilo Diniz e, mais recentemente, Rafael Becker e André Tourinho, entre os cavalheiros, e Candy Hannemann e Maria Priscila Iida, entre as damas.

Outros jogadores de renome optaram por continuar como amadores depois da conquista do título amador, como Roberto Gomez, Daniel Dias, J. J. Barbosa e Mario Gonzalez Filho. Isso sem contar alguns jogadores que venceram o Amador, se profissionalizaram e, mais tarde, voltaram a jogar como amadores, como é o caso de Eduardo Pesenti e Ivo Leão.

O rei do Amador do Brasil é um senhor que hoje tem 94 anos. Mario Gonzalez, que dá nome pelo oitavo ano consecutivo à Taça Mario Gonzalez, prêmio disputado pelos melhores jogadores do continente, venceu o torneio 9 vezes. (de 1939 a 1943, e 1945 a 1949).

Após atingir essa marca no principal torneio de golfe do país, só restou a Mário Gonzalez um caminho. Ele se tornou profissional, mudou-se de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde está até hoje, e continuou fazendo história no esporte – entre outros feitos, foi oito vezes campeão do Aberto do Brasil, por exemplo.

Outros nomes do golfe brasileiro também se consagraram com ajuda dessa competição – muitos deles da família Gonzalez, diga-se de passagem. José Maria Gonzalez Filho, o Pinduca, irmão de Mario, ganhou quatro vezes (1953 a 1956). Jaime Gonzalez, filho de Mario, venceu outras quatro vezes (1969, 1971, 1972 e 1976), antes de também seguir os passos do pai e se profissionalizar.

Mario Gonzalez Filho, irmão de Jaime, venceu em 1965. Priscillo Diniz, sobrinho de Mario, foi duas vezes campeão (1974 e 1975) e também virou um profissional de sucesso. Por fim, Maria Alice Gonzalez, também sobrinha de Mario, venceu três vezes no feminino (1975, 1978 e 1986) antes de se tornar uma das poucas profissionais femininas de golfe do país. No total, a dinastia dos Gonzalez coleciona a bagatela de 23 taças da competição.

Outros grandes nomes do golfe brasileiro também fazer parte da história do torneio. Ricardo Rossi, por exemplo, venceu a disputa três vezes (1973/1977/1978). J.J. Barbosa venceu outras duas vezes. O gaúcho Nico Chaves Barcellos é o segundo maior vencedor da competição. Ao todo Nico sagrou-se seis vezes campeão, de 1983 a 1986, em 1989 e 1990.

Outro grande destaque é Roberto Gomez, de São Paulo, que já foi quatro vezes campeão, cada uma delas em uma década diferente (1980, 1981, 1991 e 2004) e que este ano disputa o torneio pela 40ª vez – um marco e tanto.

Entre as damas, os recordes de vitórias também são impressionantes. A maior golfista amadora brasileira de todos os tempos, a gaúcha Elisabeth Nickhorn, venceu nada menos do que 17 edições do torneio (1967 a 1971, 1973, 1974, de 1979 a 1983, 1985, 1992, 1994, 1997 e 1998). Maria Cândida Hannemann, a Candy, que disputou torneios pelo circuito LPGA e hoje está no Symetra Tour, levou a taça duas vezes.

A paranaense Patrícia Carvalho já subiu ao lugar mais alto do pódio cinco vezes. Karina Palmberg venceu em 2008 e, em 2009, foi a vez da carioca Mariana de Biase iniciar uma sequência de três vitórias consecutivas (2009, 2010 e 2011). Em 2012, a paulista Nathalie Silva levou o título depois de ter sido vice-campeã duas vezes. No ano seguinte, foi a vez da hoje profissional Luciane Lee comemorar a vitória. Em 2014, a carioca Clara Teixeira foi campeã. Luiza Altmann venceu as duas últimas edições.

Júlia Belas
Jornalista baiana, soteropolitana, faconiana. Mestrado em jornalismo esportivo pela St. Mary’s University, do Reino Unido. Bolsista Chevening 2015/2016.

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