Ginástica rítmica tem ano dramático, histórico e despedidas

Lesão de Victória Borges, vaga inédita em final para Babi Domingos e aposentadoria de Deborah Medrado marcam ano da GR

O ano foi de choros em todos os sentidos para a ginástica rítmica do Brasil. Com o conjunto e Barbara Domingos classificados para os Jogos Olímpicos, a primeira metade do ano foi de ajustes para Paris-2024. Lá a conquista de uma vaga na final do individual geral com Babi, enquanto uma lesão de Victória Borges deixou o quinteto fora da briga por medalhas. O final do ano ainda marcou a despedida de Deborah Medrado das quadras.

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Música nova com cara de Brasil

O grande anúncio para o quinteto brasileiro foi a música da prova mista de três bolas e duas fitas. Com a aposentadoria de Smile, de Charles Chaplin, e como tudo é em conjunto, as treinadoras Camila Ferezin e Bruna Martins decidiram ao lado do time a música que as Leoas iam se apresentar em Paris.

Diferente da última temporada, não foi só escolhida uma música, mas sim um medley de canções que caracterizam o Brasil. Desse modo, ao som de um compilado de Anavitória, Bruno Mars, Bellini, Toquinho e muito mais, o quinteto fez excelente pré-Jogos, alcançando as melhores notas do ciclo, com 133.100 pontos. O Brasil inclusive levou seus primeiros pódios no circuito mundial, com prata em Portimão.

Conjunto do Brasil no treino de pódio dos Jogos Olímpicos de Paris
Conjunto do Brasil (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

As atletas definidas foram Duda Arakaki, Nicole Pircio, Deborah Medrado, Sofia Madeira e Victória Borges, com Barbara Urquiza e Giovana Silva sendo reservas. Após boa apresentação na prova simples de cinco arcos, o Brasil teve o maior baque do ciclo: Victória Borges sofreu lesão grave no tendão de Aquiles, o time não pode substituir a ginasta e o quinteto precisou se apresentar com ela machucada. Desse modo, sem cumprir boa parte das dificuldades na apresentação mista, o time ficou a uma posição de se classificar para a final geral. Meses depois, Victória passou por cirurgia e segue em recuperação.

Conjunto do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Babi encanta em Paris

No individual geral, entretanto, Bárbara Domingos brilhou em Paris-2024. A ginasta alcançou sua maior nota no arco, com 34.750, deixando ela própria surpresa com a pontuação. “Na hora que saiu o 34 eu falei: Meu Deus, como assim? É minha nota mesmo?”, brincou a ginasta. Ela se classificou para a final inédita com a oitava melhor somatória de notas.

Babi Domingos na série de arco nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Na decisão, a brasileira tinha como concorrentes oito europeias, continente tradicionalíssimo na ginástica rítmica, e também a forte israelense Daria Atamanov. Assim, não deu para Babi, que terminou na 10ª posição após erros nas séries. Assim, a Babi terminou com a 10ª posição, mas com sentimento de dever cumprido.

O adeus de Deborah Medrado

Sempre que acaba uma edição de Jogos Olímpicos, fica a indecisão sobre o futuro no esporte. Para Deborah Medrado a decisão foi final: ela anunciou aposentadoria do conjunto brasileiro da ginástica rítmica após apresentação artística no Ginásio Constâncio Vieira, em Aracaju, casa do time. Entre lágrimas, a ginasta de duas Olimpíadas pendurou o collant definitivamente ao som de Roberto Carlos.

Além dela, Giovana Silva e Gabriela Coradine também se despediram do time. Com isso, novos nomes foram chamados para compor o time de 13 atletas a partir de 2025.

Camila Nakazato
Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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