Laura Amaro conta como fez história nos Esportes de Gelo

Laura Amaro, do levantamento de pesos, foi a primeira brasileira a competir no skeleton numa competição de nível olímpico

Faltam apenas 20 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024. O Brasil vai estar lá representado por 17 atletas, todos eles estreando em uma competição de nível olímpico. A história que muitos pretendem escrever a partir do dia 19 de janeiro, data da Cerimônia de Abertura do evento, também já foi escrita por Laura Amaro. Essa curiosidade na carreira da pesista foi contada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Mesmo com apenas 23 anos, a carreira de Laura já tem diversos recordes e inúmeras “primeiras vezes.” Em 2021, pesista carioca se tornou a primeira mulher brasileira a conseguir uma medalha no Mundial de levantamento de pesos adulto. Além disso, ela conquistou a prata na disputa do arranco nos 76kg, por ter levantado 108kg na prova.

Em seguida, no ano de 2022, Laura bateu o recorde brasileiro de peso total levantado, nos Jogos Sul-Americanos de Assunção, pela segunda vez. A marca anteriorde de 237kg pertencia a Jaqueline Ferreira. Assim, Laura virou a primeira do país a conseguir a marca total de 247kg.

Neste ano, a brasileira conquistou a sua primeira medalha em Jogos Pan-americanos, a prata na categoria até 81kg. Com sorriso no rosto e medalha de bronze no peito, Laura se tornou apenas a terceira mulher a conseguir uma medalha no Pan. 

Lillehammer 2016

Voltando no tempo, mais precisamente em 2015, conseguimos entender melhor essa relação da atleta com resultados históricos. Só com 14 anos de idade, Laura se destacou nas seletivas para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude em Lillehammer 2016. Logo depois de alguns meses treinando, ela viajou para a Noruega. Lá, se tornou a primeira mulher a competir no skeleton pelo Brasil numa competição de nível olímpico.

“Foi lá que tive o meu primeiro contato com os valores olímpicos. Valores que eu, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já cultivava, mas não sabia o nome. A busca por um esporte limpo, por uma competição o mais igualitária possível. Quem é atleta de verdade, quem tem esse sangue na veia, já tá dentro da gente. E eles começaram a pulsar mais intensamente dentro de mim”, disse Laura em entrevista ao COB. “Competir é muito legal, mas você estar dentro desse ambiente olímpico é muito diferente.”

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“Nunca tinha viajado de avião, nunca tinha visto neve e foi a primeira oportunidade que eu tive de competir internacionalmente”, contou Laura. Atualmente, ela se encontra entre as melhores do mundo no levantamento de peso e busca uma vaga para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.

Projetando retorno

Treinando Laura desde sua infância, Carlos Aveiro destaca que a participação dela nos Jogos de Inverno da Juventude em Lilehammer-2016 contribuiu para o seu sucesso no levantamento de peso. “Ela estar lá, bebendo dessa água do olimpismo, fez total diferença para ela estar hoje na corrida olímpica no levantamento de pesos”, contou.

“No meu bolo de 15 anos tinha eu de vestido com peso em cima da cabeça e também o meu bonequinho fazendo skeleton. Quando voltei de Lillehammer, escolhi seguir no levantamento de pesos. Se tudo se encaixar, ainda pretendo voltar para o gelo, mas penso mais no bobsled. É um esporte que sempre me chamou atenção pela potência de empurrar, poder controlar o carrinho nas manivelas”, afirmou Laura.

“A maneira que esses esportes conversam entre si em mim não foi por acaso, tudo aconteceu de uma forma cronometrada e muito bonita na minha carreira”, finalizou.

*Com informações do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Adielson de Barros
Jornalista recifense formado na Faculdade Boa Viagem apaixonado por futebol e grandes histórias. Trabalhando no movimento olímpico e paralímpico desde 2022.

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