Perda da hegemonia na Paralimpíada marca ano do futebol de cegos

Pela primeira vez na história a seleção brasileira não conquistou a medalha de ouro, apesar de manter a invencibilidade. Equipe tem novo técnico para novo ciclo

Uma hora iria ter de perder. E foi em Paris. Pela primeira vez na história da Paralimpíada o Brasil não foi campeão no futebol de cegos. Caiu na semifinal para a Argentina, nos pênaltis, após um empate sem gols. De consolo, a manutenção da invencibilidade nas seis edições do torneio e, olhando para o futuro, um novo treinador na preparação para o ciclo de Los Angeles.

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O futebol de cegos entrou no programa da Paralimpíada em Atenas 2004. O Brasil foi campeão nas cinco primeiras edições: na capital grega, em Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. Mais do que isso, o heptacampeonato veio sem que a seleção perdesse um jogo sequer. Em Paris, após a eliminação para a Argentina nas penalidades, vitória na decisão do bronze sobre a Colômbia. O título ficou com a França, conquistado na disputa de pênaltis após um empate por 1 a 1 no tempo normal.

Campeonato Brasileiro de futebol de cegos
Agafuc venceu o Brasileirão (Taba Benedicto/CBDV)

Baliza zero e melhor ataque

Curiosamente o Brasil encerrou a campanha em Paris como a única equipe sem tomar gols. Além disso, teve o melhor ataque com sete gols marcados. Na primeira fase foram três jogos. Duas vitórias por 3 a 0, sobre a Turquia na estreia e em cima da França na segunda rodada, e um empate sem gols contra a China. Na seminal, o empate sem gols contra a Argentina, e vitória pelo placar mínimo sobre a Colômbia na disputa pelo terceiro lugar. Encerrada a participação, foi anunciada a troca de Fábio Vasconcelos por Júlio César Macena, o Cesinha, no comando da seleção.

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Cesinha, nono treinador da seleção (instagram/cesinha.pb)

Disputa interna

A Associação Gaúcha de Futsal para Cegos (Agafuc-RS) conquistou o heptacampeonato brasileiro de futebol de cegos ao vencer na final o estreante Corinthians nos pênaltis, por 2 a 1, após um empate sem gols no tempo regulamentar. O terceiro lugar ficou com a Associação Paraibana de Cegos (Apace-PB) ao vencer a Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais (Apadv-SP) por 1 a 0.

Na Série B, festa goiana. A Associação de Cegos para Esporte e Lazer de Goiás (Acelgo-GO) derrotou também nos pênaltis o Centro Desportivo Maranhense de Cegos (Cedemac-MA) na final. O Inesp-SP foi bronze. As três equipes subiram para a Série A.

André Rossi
Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu ‘in loco’ os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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