Seleções fecham primeiro período de treinos após aval do COB

Times feminino e masculino ficaram dois dias em Leme na primeira atividade dentro do ciclo olímpico para Los Angeles 2028; Próximos desafios são o Intercontinental das Américas e o Sul-Americano

As seleções feminina e masculina de flag football realizou entre os dias 15 e 16 de março na cidade de Leme, em São Paulo, o primeiro período de treinos dentro do ciclo olímpico para Los Angeles 2028. A modalidade é uma das novidades para a próxima edição dos Jogos. A curto prazo, as equipes se preparam para o Intercontinental das Américas e o Sul-Americano.

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Heitor Medeiros, treinador da seleção masculina de flag football, avaliou que os treinamentos foram o de mais alto nível já realizado em início de temporada. “Evoluímos nossos sistemas ofensivos e defensivos, tornando o jogo mais rápido e eficiente em termos situacionais. Foi consenso geral que esse camp foi o de maior nível até agora, com poucos erros de execução e muita competitividade”, disse.

Grupo reduzido

A seleção feminina também celebrou o avanço técnico. Para a coordenadora defensiva Ingrid Camargo, o fato de contar com um grupo reduzido de atletas, 18 presentes, permitiu um trabalho mais detalhado e individualizado, especialmente na defesa. “Com menos atletas, conseguimos dar atenção aos detalhes técnicos que muitas vezes passam despercebidos em camps maiores. A estrutura ajudou muito, com tudo funcionando no tempo certo. Foi, sem dúvida, um dos melhores camps em termos de organização”, avaliou Ingrid.

Para os atletas, o novo ciclo e as mudanças na estrutura representam um salto importante. Nicolas Quadro, da seleção masculina, ressaltou a evolução da modalidade. “Temos uma responsabilidade grande, mas nossa missão é levar isso com tranquilidade para desempenhar bem em campo. O que mais me empolga é ver o crescimento do esporte e imaginar camps e competições em complexos olímpicos, com ainda mais estrutura e visibilidade”, comentou o veterano, que está em sua sétima temporada com a equipe

Já Lidiane Lira (Lica), da seleção feminina, destacou a relevância histórica desse momento para o flag football brasileiro. “Respiro Flag desde 2014 e participar desse camp, com foco nas Olimpíadas, é um reconhecimento do quanto o esporte tem crescido. Agora, com suporte financeiro para representar a Seleção, o sonho está mais próximo. Sempre investimos muito do nosso próprio bolso e ver essa mudança acontecendo é muito motivador”, disse a atleta.

Intercontinental e Sul-Americano

Os próximos compromissos já têm data e objetivos definidos. O Intercontinental das Américas será realizado em setembro. “Nosso desafio é ficar no top 5 do Intercontinental para garantir a vaga no Mundial do ano que vem. Também estamos em processo para tentar sediar novamente o Sul-Americano, previsto para dezembro. A meta é subir ao pódio e garantir bolsas atletas para que os jogadores possam receber apoio financeiro a partir de 2026”, disse Rakel Barros, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) e responsável pelo departamento de seleções.

O próximo período de treinamentos está marcado para os dias 1º a 4 de maio. Para a comissão técnica, a prioridade é manter o ritmo de evolução com reuniões semanais e feedbacks individuais para os atletas. A meta é instalar novos sistemas de jogo em maio e realizar a reta final de preparação em julho, antes das competições oficiais. “Apresentamos as exigências técnicas e táticas do flag internacional onde teremos que evoluir até setembro”, ressaltou Heitor Medeiros. “Nossa maior mensagem foi mostrar quem a seleção brasileira deve ser dentro e fora de campo e qual o comportamento e cultura queremos ter.”

Ingrid Camargo finalizou: “Queremos brigar pelo topo e, para isso, as atletas precisam trabalhar não só nos camps, mas principalmente entre eles. O processo vai ser difícil e exigente, mas a recompensa será grande!”

Esporte olímpico

Os dois dias de treinamentos foram os primeiros após o reconhecimento oficial da CBFA pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Sendo assim, recebeu recursos que ajudaram, principalmente, na hospedagem, transporte e alimentação. “Dessa vez não teve pix, não teve vaquinha. Tudo já foi pago e resolvido. O céu é o limite quando temos recursos e conseguimos oferecer a melhor estrutura possível. Nosso objetivo é que atletas e comissão técnica se preocupem apenas com o que acontece em campo”, comemorou Rakel Barros, vice-presidente da CBFA e responsável pelo departamento de seleções.

André Rossi
Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu ‘in loco’ os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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