COB estabelece mínimo de oficiais mulheres em missões

A medida de número mínimo de mulheres nas modalidades em missões multiesportivas já começará a vigorar em 2025

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgou nesta sexta-feira, 11, mais uma proposta para a equidade de gênero no esporte olímpico. A partir de 2025, todas as modalidades deverão ter obrigatoriamente um mínimo de 30% de oficiais mulheres em sua delegação nas competições multiesportivas internacionais. A medida já passa a valer nas principais missões do próximo ano, como os Jogos Pan-Americanos Júnior, em Assunção, no Paraguai.

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“O protagonismo feminino nos Jogos de Paris 2024 não foi por acaso. A implementação da área Mulher no Esporte no COB e a criação de uma comissão específica para o tema, em 2021, tiveram justamente o objetivo de elaborar políticas, programas e projetos que gerem mais oportunidades para o aprimoramento das atletas, treinadoras e gestoras no esporte olímpico brasileiro. Com a ampliação do número de mulheres nas comissões técnicas em nossas missões, tenho certeza de que essa evolução se fará cada vez mais visível e importante para o esporte brasileiro”, falou Paulo Wanderley, Presidente do COB.

A decisão do COB também segue a recomendação de órgão internacionais, assim como a Agenda 2020+5 do próprio Comitê Olímpico Internacional, o COI, que busca incentivar igualdade de gênero no esporte e estimular participação e envolvimento das mulheres no esporte.

Vale salientar que a obrigatoriedade de 30% de presença feminina só valerá para as confederações que tiverem pelo menos três credenciais para oficiais em cada competição.

Programas no COB

Nos últimos anos, o COB tem realizado diversas ações e programas na busca para mais oportunidades às mulheres no ambiente esportivo. A implementação da área Mulher no Esporte, em 2021, foi um grande marco nesse sentido. Desde então, são vários os projetos que geram mais chances de aprimoramento de atletas, treinadoras e gestoras.

Área Mulher no Esporte tem realizado diversas ações desde 2021. Foto: William Lucas/COB
Área Mulher no Esporte tem realizado diversas ações desde 2021. Foto: William Lucas/COB

Um exemplo é o Programa de Desenvolvimento do Esporte Feminino (PDEF), criado em 2023. Ele busca incentivar as confederações a realizarem um planejamento esportivo específico para mulheres no esporte. Um dos objetivos principais é atuar em mudanças sistêmicas, como o aumento de mulheres em cargo de liderança.

Outra importante ação foi o lançamento do Programa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação (MIRA). Ele procura aumentar o número de treinadoras no esporte, sobretudo nas grandes competições, como os Jogos Olímpicos.

São ações importantes, a curto, médio e longo prazo, para promover cultura de inclusão e de reconhecimento da mulher em todas as áreas esportivas.

Resultados das mulheres em Paris-2024

Mais um grande avanço nesse sentido foi a presença feminina na delegação nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Pela primeira vez na história, o Brasil teve mais mulheres do que homens na delegação, com 55% das atletas presentes. Nos resultados elas também brilharam, conquistando mais medalhas, com 12 das 20 obtidas pelo país, entre elas as três de ouro.

Camila Nakazato
Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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