Brasil tem três atletas entre os quatro melhores do mundo

Douglas Brose, Valéria Kumizaki, Vinícius Figueira e Hernâni Veríssimo. É bom o torcedor brasileiro se acostumar com esses nomes. São eles os quatro principais caratecas do Brasil e que devem carregar as principais esperanças de medalha no esporte, que será olímpico nos Jogos de Tóquio em 2020. Brose, Valéria e Figueira estão entre os quatro melhores do ranking mundial de suas categorias, enquanto Hernâni é o mais jovem do quarteto, mas é a maior revelação dos últimos tempos do país e surge como uma grande esperança da modalidade. Os resultados obtidos em 2017 provam isso. O Brasil, que em 2012 era apenas o 25º. colocado do ranking da WFK, a federação internacional, alcançou neste ano a terceira colocação, atrás apenas de Japão e Irã, fato que traz esperanças para 2018, ano de Campeonato Mundial.

Das quatro estrelas brasileiras, o melhor ranqueado é Vinícius Figueira: segundo colocado na categoria até 67kg, atrás apenas do venezuelano Andrés Madera. Curiosamente de todo o quarteto, Figueira foi o atleta que teve o pior ano em 2017. Por sorte, o ranking não leva em conta apenas os resultados da atual temporada.

Em 2016, Vinícius Figueira faturou três medalhas em etapas da Premier League, o circuito mundial da categoria: ouro em Salzburg e prata em Fortaleza em Hamburgo. Chegou ao Mundial daquele ano como favorito, mas não passou de um quinto lugar e não conseguiu repetir bons resultados em 2017. Sua única medalha na Premier League foi a prata em Leipzig e olha que ele disputou oito etapas do Circuito Mundial. Além disso, ele foi mal no Campeonato Pan-Americano e acabou eliminado na segunda rodada.

Por outro lado, Valéria Kumizaki, Hernâni Veríssimo e Douglas Brose mostraram sua força foram campeões pan-americanos na competição que foi disputada em Curaçao. Além dos três títulos, o Brasil subiu também no lugar mais alto do pódio na competição por equipes e terminou como campeão geral com quatro ouros e quatro bronzes.

Vice-campeã mundial em 2016, Valéria Kumizaki teve um ano positivo em 2017. Além do título pan-americano, ela foi campeã do World Games e ficou com a medalha de bronze em Salzburg pelo circuito mundial. Atualmente, a brasileira é a terceira colocada do ranking mundial da categoria, atrás apenas da ucraniana Terliuga Anzhelika e de Tzu-Yun Wen, da China Taipei, mas a frente da campeoníssima italiana Sara Cardin, quarta colocada, e da francesa Emilie Thouy, sexta colocada, que a venceu na final do Mundial do ano passado.

Maior nome da história do caratê brasileiro com quatro medalhas em mundiais (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze), Douglas Brose confessou em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia que teve que se reinventar depois de ter terminado em 2016 o primeiro Mundial em oito anos sem medalha para voltar a brilhar.

Em 2017, ele não disputou muitas competições internacionais, mas foi ao pódio em três dos cinco eventos em que esteve presente. Foi campeão pan-americano e levou a medalha de prata em Leipzig e em Salzburg pelo circuito mundial. Fora isso, bateu na trave no World Games, quando ficou em quarto lugar. Só na etapa de Toledo é que ele ficou longe da briga ao ser eliminado na segunda rodada. Com os resultados, Douglas Brose é o quarto colocado do ranking mundial da categoria até 60kg, atrás apenas de Saymatov Sadriddin, do Uzbequistão, Amir Mehdizadeh, do Irã, e Kaya Aykut, da Turquia.

Mais jovem do quarteto brasileiro, Hernâni Veríssimo não conta com o apoio de patrocinadores ainda para disputar muitas etapas do circuito mundial. Mas brilhou nas competições internacionais que teve pela frente. Foi campeão sul-americano e pan-americano, além de ter ganho a medalha de bronze no World Games. Na Premier League, competiu apenas em Rotterdã e acabou eliminado na quarta rodada.

É evidente que Hernâni Veríssimo precisa de mais experiência internacional, mas é fato também o quanto que ele é promissor. Atualmente ele ocupa a 13ª. posição do ranking mundial na categoria até 75kg e tem tudo para evoluir rápido. Em 2018, se tudo der certo, ele vai competir seu primeiro Mundial de forma individual. Em 2016, ele fez parte da equipe na competição.

Fernando Gavini
Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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