Patty aponta contraste de emoções em fase de reconstrução

Em menos de um ano, a seleção brasileira foi da euforia do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 para a tristeza de não conseguir a vaga em Tóquio

O basquete feminino brasileiro viveu seu auge com os resultados obtidos pela geração de Magic Paula, Hortência e Janeth. Depois de alguns anos sem feitos expressivos, a seleção voltou a dar alegria aos amantes da modalidade com o título dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Porém, logo em seguida, frustrou os fãs por não ter conseguido vaga para a Olimpíada de Tóquio. A ala Patty, do Vera Cruz/Campinas, esteve na convocação do técnico José Neto nesses dois momentos.

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A jogadora faz parte desse período de reconstrução do basquete feminino, que teve seu melhor momento no período de 1990 até 2000, com os títulos dos Jogos Pan-Americanos de Havana, Cuba, em 1991, e do Campeonato Mundial, em 1994, na Austrália, e duas medalhas olímpicas, prata em Atlanta-1996, e bronze em Sidney-2000. A atleta apontou o contraste de emoções nessa etapa de reconstrução.

É um período com diferentes emoções. Realmente o torcedor brasileiro passou a dar mais atenção ao basquete feminino e contar com esse apoio é maravilhoso. Conquistar o ouro no Pan foi incrível, uma sensação única, e estávamos confiantes de que conseguiríamos a vaga para os Jogos Olímpicos, mas infelizmente não foi possível. Claro que fica o sentimento de frustração, tristeza. Só que também é preciso entender que quando ganha não está tudo perfeito, assim como não é porque perdeu que nada mais serve”, destacou Patty, em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.

Chegada de Neto

Patty seleção basquete feminino
Com 29 anos, Patty começou a jogar basquete em Caieiras quando tinha 9 (Divulgação)

Patty está com 29 anos e começou a jogar basquete com 9, em Caieiras, sua cidade natal. A atleta revelou que foi o primeiro esporte que praticou e que seu primeiro contato com a bola laranja aconteceu quando foi acompanhar sua prima em um treino. Ela adorou o que viu e na aula seguinte passou a praticar na turma da professora Silmara, no bairro de Serpa.

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Com a camisa da seleção brasileira, Patty vive sua melhor fase desde que o técnico José Neto assumiu o comando. A jogadora admitiu que um dos fatores que fizeram o Brasil a voltar a conquistar resultados expressivos foi a chegada do treinador.

“Não tenho dúvidas disso. O trabalho que o Neto, sua comissão técnica, e todos os outros que estão ali envolvidos fazem é espetacular. Falando especificamente do Neto, é um grande treinador, que sempre nos dá total confiança para entrarmos em quadra e jogarmos da melhor maneira possível”, disse.

Conquista mais marcante

E foi sob o comando do técnico José Neto, que a seleção ganhou a medalha de bronze na AmeriCup de 2019, vencendo de Porto Rico na disputa pelo terceiro lugar, e o título dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, superando os Estados Unidos na decisão, por 79 a 73.

“É a conquista mais marcante não só com a camisa da seleção, mas de toda a minha carreira. Conseguir essa medalha depois de 28 anos é um feito e tanto. Toda a campanha no Pan em si foi bastante especial que fica até difícil dizer quais são as maiores lembranças. Fico com a vitória na decisão contra os Estados Unidos, em uma partida complicada, na qual conseguimos o título, foi uma felicidade imensa”, lembrou Patty.

Principal característica

Patty seleção basquete feminino
Patty tem a bola de três como principal característica (Jorge Bevilacqua/Divulgação)

Patty atua na posição de ala e uma de suas principais características é o arremesso de três pontos. Tanto na seleção quanto em seu clube, a jogadora é sempre procurada por suas companheiras quando o time necessita das bolas de longa distância. Ciente de sua importância neste quesito, a atleta busca se aprimorar para corresponder às expectativas.

A bola de três pontos sempre foi uma característica do meu jogo. Claro que como qualquer outra habilidade, você treina para aprimorar e é isso que faço até hoje. Após os treinos com a equipe, gosto de chutar dos três por algum tempo, para deixar a mão calibrada”, contou Patty.

A jogadora disputou somente um jogo pelo Vera Cruz/Campinas na Liga de Basquete Feminina (LBF) de 2020, já que a competição foi paralisada por conta da pandemia de coronavírus.

Ansiedade e quarentena

Em quarentena, Patty tem treinado em sua residência e está trabalhando para diminuir a ansiedade de voltar a jogar.

“Estou na casa da minha família, em Caieiras. A ansiedade para voltar a jogar está grande, mas procuro ocupar minha cabeça com exercícios físicos e filmes. Aproveito também para curtir minha família, já que normalmente passo bastante tempo longe deles”, contou.

“Sobre os treinos, faço alguns exercícios com bola no quintal, esteira, e também alguns exercícios de academia com pesos que tenho em casa”, complementou a atleta.

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Por fim, a ala deixou um recado neste momento complicado que o mundo está passando devido ao coronavírus. “A mensagem que posso deixar é para que tenham paciência e entendam como esse momento que estamos atravessando é sério”, disse.

“Devemos ter bastante cuidado para que isso passe e possamos retomar nossas rotinas. Quem puder ficar em casa, que fique. Quem não puder, que se proteja bem para que esse vírus não se espalhe”, concluiu Patty.  

Rafael Zito

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