Brasil abre Sul-Americano Indoor com três ouros e nove pódios

Além dos três títulos, o Brasil conquistou mais seis medalhas e dois recordes no primeiro dia do Sul-Americano Indoor de Atletismo, em Cochabamba, na Bolívia

A delegação brasileira do atletismo debutou na temporada internacional de 2025 neste sábado (22) no Campeonato Sul-Americano Indoor. As provas do evento, realizado na Bolívia, estão sendo realizadas no Estádio Municipal de Cochabamba. No primeiro dia de competição, o Brasil conquistou nove medalhas, sendo três delas de ouro. Os atletas que alcançaram o topo do pódio foram Thiago do Rosário André, que concluiu os 1.500m em 3min50s09, Ana Carolina Azevedo, fechando os 60m em 7s16, e Tamara Alexandrino de Sousa, no pentatlo, com 4.294 pontos feitos.

Recordes e mais pódios

Além dos três ouros, o Brasil conquistou mais três pratas e bronzes. Os segundos lugares foram conquistados por Ana Caroline Miguel, no arremesso do peso com a marca de 16,55m, Felipe Bardi, na disputa dos 60m, registrando tempo de 6s64, e Roberta Almeida, no pentatlo com 4.253 pontos. Por fim, os brasileiros com ganharam a última vaga no pódio foram Lívia Avancini, no arremesso do peso, com 15,92m, July Ferreira, nos 1.500m, tempo de 4min37s14, e Eliane Martins, no salto em distância, marca de 6,24m.

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No entanto, o dia do atletismo do Brasil não ficou apenas nas medalhas. Dois atletas brasileiros alcançaram recordes do Campeonato Sul-Americano. Thiago do Rosário André é o novo recordista dos 1.500m e Tamara Alexandrino de Sousa se tornou a detentora do recorde no pentatlo. A competição ainda tem mais duas etapas neste domingo (23) e estão em jogo índices para o Campeonato Mundial Indoor de Nanjing, China, evento que acontecerá no período de 21 a 23 de março, e pontos no Ranking Mundial da World Athletics para a temporada.

Ouros no feminino

Ana Carolina Azevedo mostrou uma excelente atuação na prova dos 60m rasos do atletismo neste sábado para conquistar o ouro com o tempo de 7s16, tempo muito próximo do recorde brasileiro de Vitória Rosa (7s14), e do índice (marca mínima) fixado pela World Athletics para o Mundial Indoor de Nanjing (7s15). A colombiana Marleth Ospino (7s22) ficou com a medalha de prata e a chilena Anais Hernández com a de bronze (7s31).

“Estou com sede de bater o recorde e creio que estou perto disso. Fiz uma marca boa, mas poderia ser melhor. Quero correr mais rápido – fiquei a um centésimo de segundo do índice para o Mundial, mas sei que consigo fazer”, disse Ana Carolina Azevedo, observando que deseja que o recorde nacional, que hoje já é de uma atleta do treinador Katsuhico Nakaya, continue com ele, mas que seja quebrado por ela. “Ainda posso correr melhor e quero fazer isso também pelo Nakaya”.

Já Tâmara Alexandrino de Souza foi a atleta mais completa do atletismo Sul-Americano Indoor ao ser a campeã do pentatlo – as cinco provas combinadas – com 4.294 pontos, recorde do Campeonato. “Estou muito feliz pelo ouro e o resultado no meu primeiro Sul-Americano. Gostei muito dos 60m com barreiras e foi um bom início de temporada”, disse Tamara, que agradeceu a sua treinadora Liliana Adiers Lohmann. 

Topo do pódio entre os homens

Thiago André abriu a briga pelos ouros pelo Brasil ao vencer os 1.500m, com recorde do campeonato (3min50s09). Ele já estava treinando na altitude há 30 dias e isso o ajudou, já que Cochabamba está a quase 2.600m mais alta em relação ao nível do mar. “Eu já estava no país e mais adaptado. Corri muito concentrado. Aqui, o importante não era o tempo, mas sim ser o primeiro e somar pontos no Ranking Mundial. Quando regressar ao Brasil acho que esse tempo indica que posso correr na casa dos 3min35, 3min34”, disse o atleta, que está com 29 anos e defende o EC Pinheiros.

O meio-fundista Thiago André morava em Belford Roxo e treinava na Mangueira, no Rio de Janeiro. Foi levado para o projeto por um amigo que sabia que ele corria atrás de pipa, todas as tardes, após a escola. “Era frenético por pipa e meu amigo me falou que se eu corria tanto atrás de pipa poderia correr e competir. Pensei que não custava nada tentar. A treinadora me viu, me convidou para treinar todos os dias e ofereceu R$30,00, que era o dinheiro da pipa e da linha… Eu pedi para ela ligar para minha mãe e comecei”, relembrou o competidor.

No entanto, o dia do atletismo brasileiro não foi totalmente positivo no Sul-Americano Indoor. O atleta olímpico Matheus Lima, favorito a ganhar a prova dos 400m, sentiu uma dor aguda na posterior da coxa direita e parou, na semifinal, quando liderava a série. Matheus já iniciou tratamento com a equipe médica, assim que deixou a pista.

Rafael Zito

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