Caio e Piu mantém atletismo no topo dos principais torneios

Os atletas subiram no pódio nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e mantiveram o Brasil entre os melhores do mundo na modalidade

Entre os esportes mais nobres do programa olímpico, o atletismo corriqueiramente foi uma modalidade que trouxe medalhas para o Brasil nos Jogos Olímpicos. E na edição de Paris-2024, a principal competição do ano, não foi diferente. Caio Bonfim, na marcha atlética, e Alison dos Santos, nos 400m com barreiras, levaram o país ao pódio pelo terceiro evento consecutivo. Ainda na capital francesa, Almir Júnior, Valdileia Martins e Luiz Maurício da Silva fizeram finais individuais, enquanto Caio e Viviane Lyra foram top-8 do mundo na prova de revezamento.

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Caio Bonfim, o destaque do ano

É quase unanimidade que Caio Bonfim foi o atleta masculino brasileiro de maior destaque na temporada. Nas Olimpíadas de Paris, ele trouxe a medalha de prata inédita na marcha atlética, ao terminar a disputa dos 20km no tempo de 1h19min09s. Seis dias mais tarde, o candango de 32 anos e a carioca Viviane Lyra terminaram em sétimo lugar no revezamento misto, com 2h54min08s.

Porém, o ano de Caio não se resumiu aos resultados nos Jogos Olímpicos. Ele foi o grande campeão do Tour Mundial, o principal circuito internacional de marcha atlética no mundo. Ao todo, o brasileiro subiu no pódio em todas as quatro etapas da temporada, conquistando uma prata (na Polônia) e três bronzes (na China, Polônia e Tchéquia). Inclusive, Bonfim estabeleceu um novo recorde brasileiro no torneio realizado na cidade chinesa de Taicang, fechando com o tempo de 1h17min44s.

Todas essas conquistas foram reconhecidas ao final do ano, quando Caio Bonfim venceu o Troféu Rei Pelé de melhor atleta masculino do Brasil na temporada. Ele também foi eleito o melhor do atletismo e ganhou o Atleta da Torcida, premiação decidida por votação popular. Em 2025, destaque para a participação no Mundial da modalidade, no Japão, onde o marchador competirá nos 20 e nos 35km.

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Piu consolidado entre os melhores da história dos 400m com barreiras

Na decisão da prova dos 400m com barreiras nas Olimpíadas de Tóquio-2020, um brasileiro fez parte de uma final considerada histórica. Alison dos Santos ficou com a medalha de bronze com 46s72, a quarta melhor marca de todos os tempos na época. Três anos depois, o brasileiro repetiu o pódio em Paris, agora terminando em terceiro lugar com 47s26.

Na Diamond League, o principal circuito mundial de atletismo, Alison brilhou ao longo da temporada. Ele venceu cinco etapas do evento, em Doha, Oslo, Estocolmo, Paris e Londres. Destaque para a vitória na capital da Noruega, superando o local Karsten Warholm, duas vezes medalhista olímpico e tricampeão mundial. Na disputa decisiva, em Bruxelas, o brasileiro levou a melhor com 47s93 e se sagrou campeão geral da Diamond League pela segunda vez na carreira.

Almir, Luiz Maurício e Valdileia, finalistas em Paris

Luiz Maurício durante a final do lançamento de dardo nos Jogos Olímpicos de Paris (Foto: Luiza Moraes/COB)

Fora as medalhas olímpicas de Caio Bonfim e Alison dos Santos, outros três brasileiros participaram de finais individuais no atletismo em Paris. No lançamento do dardo, Luiz Maurício da Silva quebrou o recorde sul-americano na qualificatória, alcançando a distância de 85,91m, e se classificou para a decisão com a sexta melhor marca. Na disputa por medalhas, ele fez 80,67m e acabou na 11ª posição. Além disso, Luiz quebrou um jejum de 92 anos no dardo, já que levou o país à final pela segunda vez desde Heitor Medina em Los Angeles-1932.

O segundo finalista entre os homens foi Almir Júnior, no salto triplo. O mato-grossense de 31 anos conquistou o quinto melhor resultado na fase qualificatória, ao atingir a marca de 17,06m. Já na decisão, ele não conseguiu repetir o feito e anotou 16,41m, ficando em 11º. Ao final da prova, Almir pediu sua namorada, a criadora de conteúdo digital Talita Ramos, em casamento em pleno Stade France lotado.

Fechando a participação do Brasil em decisões, Valdileia Martins garantiu seu lugar na final do salto em altura feminino. Ela bateu a marca de 1,92m, igualou o recorde brasileiro de Orlane Santos de 1989 e se colocou entre as melhores do mundo na prova. Porém, a atleta de 34 anos sentiu uma lesão no tornozelo e não conseguiu entrar em ação na grande decisão.

Victor Fardin
Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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