Nakaya: fundamental nesse momento é evitar as lesões

Com a reabertura do Núcleo de Alto Rendimento Esportivo, treinador com experiência de oito Jogos Olímpicos prega retorno gradual dos atletas

Um grupo de oito velocistas sob orientação do técnico Katsuhico Nakaya está treinando há uma semana no NAR (Núcleo de Alto Rendimento Esportivo), localizado na zona sul de São Paulo. E Nakaya, que vai para a nona olimpíada como treinador, prega cautela neste retorno para evitar lesões.

“Na pista sintética, podemos voltar aos trabalhos específicos. Mas é importante fazer isso de forma gradativa. Esse contato com a pista é muito mais intenso. Então estamos indo aos poucos”. Segundo o treinador em entrevista à “Agência Brasil”, os equipamentos de peso ainda não estão disponíveis e o espaço só pode receber 20% da sua capacidade.

A volta ocorre após quatro meses, período que o NAR ficou fechado por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Conforme os protocolos, temos aproximadamente duas horas para usar a pista, três vezes por semana”, disse o treinador.

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Nakaya diz também que, antes mesmo da reabertura, a equipe já estava conseguindo fazer algumas atividades no Parque do Ibirapuera, em São Paulo: “no início da pandemia, os trabalhos eram feitos em casa. Mas depois de cerca de três meses, passamos a usar esse espaço aberto, bem arborizado, lá no parque. Tem um gramado bem nivelado. Conseguimos fazer bastante coisa de aceleração e de potência aeróbica”.

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Vitória Rosa está garantida em Tóquio-2020 (Wagner Carmo/CBAt)

Garantidos

O treinador explicou o trabalho que pretende fazer com a velocista Vitória Rosa. Ela já tem o índice olímpico para os 200 metros (22s72), deve conseguir também a marca dos 100 metros (11s15) e participará do revezamento 4×100 metros. “A Vitória já atingiu um nível muito alto. Daqui para frente, é detalhe. A questão é focar diretamente nas deficiências da corrida. Podemos ter ganhos significativos nas marcas trabalhando dessa forma”, declarou Nakaya.

Enquanto isso, a preparação com o barreirista Eduardo de Deus é focada na parte física. Com a marca de 13s3, ele alcançou o índice olímpico para a prova dos 110 metros com barreiras. “Tecnicamente, ele é muito bom. Isso é excelente. Porque a parte mais difícil de aperfeiçoar é justamente essa. Mas, na parte física, ainda preciso trabalhar com ele. Se o atleta melhora um milésimo no salto de cada uma das dez barreiras, lá no final vai ter um ganho significativo no tempo”, diz o treinador.

Ana Cláudia Lemos, Jailma Sales de Lima, Ana Carolina Azevedo, Vinícius Catai, Kaio Lira e Alan Gusmão também estão na equipe que trabalha no NAR.

A janela para obtenção dos índices olímpicos será reaberta em dezembro. Katsuhico Nakaya trabalha para que a equipe chegue bem no final do ano para colocar mais atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio: “tudo indica que as competições serão em Bragança Paulista, mas ainda dependemos da confirmação oficial”.

Atletas em Portugal

Com essa reabertura gradual dos locais de treinamento, o experiente treinador Nakaya considera que esse não é o melhor momento para enviar a equipe para Portugal, dentro da Missão Europa. “Falei com eles. Claro que essa é uma decisão individual. Hoje em dia podemos trocar ideia pela internet. Isso facilita. Mas, na minha opinião, acho que o melhor é ficar aqui. O espaço no NAR é o ideal para trabalharmos. E tem vários outros espaços que estão reabrindo aqui no Brasil”.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a CBAt projetam, para a segunda quinzena de agosto, o envio de alguns representantes da modalidade, que fazem parte do Programa de Preparação Olímpica, para treinar em Rio Maior, em Portugal, dentro da Missão Europa do COB.

Colaboração OTD

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